A despensa do brasileiro em 2020

Brunno Elias
@brunnoelias

Publicado em 17 de junho de 2010

O que você busca em sua alimentação? Seria o sabor, a qualidade ou talvez a praticidade? Para responder essa dúvida, a Fiesp e o Ital realizaram um levantamento sobre as tendências nacionais de alimentação e verificaram cinco pontos que já tinham sido relatados em outras pesquisas de abrangência mundial.

A pesquisa recebeu o nome de Brasil Food Trends 2020 (“tendências alimentares brasileiras em 2020”). A partir de entrevistas com 1.512 pessoas nas capitais do país, foi delineado o comportamento alimentar tupiniquim para a próxima década. Segundo os organizadores do levantamento, o objetivo foi antecipar o desejo do público para que as empresas possam atender a demanda, que deve se concretizar progressivamente.

O estudo acabou por aglomerar as preferências e desejos dos consumidores nas manifestações chamadas de “macrotendências para 2020”. Funciona assim: Cada uma das cinco preferências identificadas reúne tipos de consumidores e/ou desejos dos mesmos, além de revelar manifestações menores, que são as tendências propriamente ditas.

A listagem começa com a macrotendência “Sensorialidade e Prazer”, reunindo aqueles que comem sem culpa ou que fazem da comida um luxo ou recompensa (“hoje eu mereço chocolate!”), consumindo produtos com diferenciais. Identificou-se também o grupo “Saudabilidade e Bem-estar”, com foco em produtos naturais, nutritivos, com poucas calorias e fortificado/energético. Estão aqui os alimentos com propriedades preventivas contra doenças, a galera da malhação que procura alimentos para melhora do desempenho físico e os consumidores que visam características cosméticas ou de retardo de envelhecimento.

Os últimos três grupos são o de “Conveniência e Praticidade”, que valoriza a rapidez, tanto de produtos simples quanto mais elaborados, e que saciem a fome em porções individuais, como comidas para micro-ondas e snacks; a macrotendência “Qualidade e Confiabilidade”, que atende os consumidores que buscam produtos naturais e orgânicos, evitando ou diminuindo o consumo de produtos artificiais e que façam parte de mecanismos que ofereçam maior controle e garantia de qualidade; e, por fim, o grupo “Sustentabilidade e Ética”, no qual os produtos com causa social, de produção sustentável, e com menos impacto da produção sobre o meio-ambiente se aglomeram.

O comportamento de delimitação em tendências elaborado pela pesquisa pode ser explicado pelo processo de urbanização e diminuição no número de pessoas nas famílias. Esses fatores alteram os comportamentos alimentares e também afetam as respostas do público, que passa a buscar alimentos com bom sabor, mas também saudáveis e de produção responsável. Essas alterações na produção também irão aumentar a facada os gastos com alimentação, já que as inovações tecnológicas e de pesquisas afetam o preço final do alimento.

O estudo demonstrou que a demanda por alimentos orgânicos mais saborosos e nutritivos, com foco em produção e distribuição regionalizada e com certificação e preocupação com o meio-ambiente, deve aumentar e se estabelecer em 2020. As empresas do ramo alimentício devem se organizar para atendê-la, sendo que nos próximos dez anos veremos essas modificações, como a entrada dos produtos naturais no fast-food.

E você, se identificou com qual macrotendência?

Fontes:
Pesquisa traça perfil do consumo de alimentos na próxima década
Consumidor se rende a produto prático
Brasil Food Trends

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