No dia 8 de maio completei quatro meses de operado. Era hora de fazer alguns exames para descobrir como o meu corpo estava reagindo às mudanças impostas pela minha nova vida. Passei no laboratório para pegar os resultados na semana passada, liguei para o Hospital Espanhol e marquei uma nova consulta com meu cirurgião, o Dr. Luiz Henrique.
Os exames de sangue confirmaram o que eu já sabia, tá tudo ótimo comigo. Meu colesterol total caiu de 154 para 140, o colesterol HDL foi de 69 para 65 e o LDL de 62 para 58. A glicemia continua no mesmo nível, 72; e os triglicerideos cairam de 115 para 87.
Como sou famoso pela minha péssima memória, achei melhor escrever num pedaço de papel todas as perguntas que queria fazer ao Dr. Luiz Henrique. Eram algumas dúvidas simples sobre a cirurgia, coisas que ele já havia me dito mas eu não lembrava; bem como a liberação pra voltar a ter uma vida normal.
Comecei com a pergunta mais óbvia, aquilo que todo mundo me questionava e eu não sabia responder, mas agora sei. Sim, além de cortarem o meu estômago colocaram um anel em volta dele para evitar que o desgraçado dilate novamente. Segundo informações do médico, a capacidade máxima do meu estômago será de pouco mais de 200 ml. Mas isso só acontecerá no futuro, por enquanto ele não deve estar nem com a metade disso.
Estava preocupado também com a cicatriz, queria saber como tratá-la para evitar a formação de quelóide. Provavelmente não vai adiantar nada, mas ainda assim peguei a receita de uma pomada que, teoricamente, vai amenizar um pouco a situação.
Fui liberado pra tomar sol, desde que não exagere muito e que coloque uma quantidade obscena de protetor solar sobre a cicatriz. Outra opção apresentada foi cobrir o local do corte com um esparadrapo ou fita adesiva, mas acho que isso seria muito bizarro.
Também estou liberado pra tomar banho de piscina e mar. Já até dei um mergulho na piscina aqui do prédio, mas achei melhor não nadar muito, pois senti uma leve pontada quando comecei a bater os braços com mais força.
Peguei uma autorização por escrito dizendo que já posso fazer academia. O Dr. Luiz pediu apenas pra evitar exercícios que forcem demais o abdômen, afinal a minha cirurgia foi aberta, então todo cuidado é pouco.
Recebi com tristeza a notícia que só posso voltar a beber com seis meses de operado, mas confesso que já tomei uns golinhos de cerveja e uísque do copo de amigos. Sabe como é, a carne é fraca. Minha única dúvida é se conseguirei resistir bravamente ao licor de genipapo no São João de Amargosa.
De repente o dia 8 de julho pareceu tão longe…
Também ainda não posso voltar a tomar café direto na veia, como fazia antigamente, mas pelo menos não preciso ter medo de um eventual capuccino ou expresso depois de almoçar ou jantar fora.
Refrigerantes diet estão devidamente liberados, mas na verdade eu já vinha tomando Coca Zero há algum tempo. Perguntei ao cirurgião também sobre a questão de ingerir líquidos durante as refeições – algo que a nutricionista não quer – a resposta dele me deixou contente: “Desde que você não sinta nada, pode beber sem problemas”.
Perguntei também sobre a a minha queda de cabelos, mas deixarei pra falar sobre isso em outro post. Esse assunto certamente merece atenção especial.
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