A avó da gordinha yeah yeah
Publicado em 02 de junho de 2009
Eu sou neta de uma gordinha yeah yeah e, como dizem por aí que com avó a gente não discute, aprende, aprendi com a minha que “quem não se arruma, por si se enjeita”.
Esse ensinamento, dona Maria Aparecida aprendeu com a mãe dela e fez questão de passar para a minha mãe, que também ensinou para as suas filhas.
Não se trata aqui de vaidade, aquele defeito que torna feia até as mais bem-nascidas beldades. Trata-se de um gostar de si mesma de tal maneira que estar sempre penteada, cheirosa, com uma roupa limpa e apresentável (não precisa ser de marca cara) torna-se uma forma de dizer para o mundo que você está de bem com a vida e consigo mesma.
Reza a lenda que dona Maria – a “aparecida” que adora ver e ser vista – sempre fez jus ao nome. Quando criança, vivia na frente do espelho, enfeitando os cabelos com as flores do jardim. Seu pai a chamava de “Maria Bonita”.
A moça vaidosa fisgou meu avô enquanto fazia “footing” (como se chamavam, a época dela, os passeios a pé ao redor da praça da cidade, no fim da tarde).
Teve sete filhos e não descuidou da aparência. Até hoje não sai do quarto pela manhã bem cedinho sem estar devidamente vestida, penteada, perfumada e com um batonzinho nos lábios. Ah! Esse batom. Companheiro inseparável, que na época em que ela ainda costurava ficava em uma das gavetas da máquina, ao alcance rápido da mão, caso um freguês aparecesse na porta.
Hoje, no auge de seus 82 anos, ela defende a tese de que velha tem que ser gordinha, “para não ficar toda enrugada”. Também não entende a ditadura da magreza (ou magreleza, como ela diz em bom mineirês) e pede para as netas que mantenham as curvas, já que os “moços” querem ter o que olhar.
É, dona Maria… a senhora sabe das coisas…
D.Maria está bem arrumada e enxuta! Não parece ser sua avò.Quero ficar igual a ela,quando tiver esta idade.