Publicado em 27 de junho de 2009
Não entendeu o que é esse “En arrière” do título? E se estivesse escrito “Anarriê”? Pois é, essa é a origem francesa de uma das palavras mais usadas nas quadrilhas de São João. Mas não pense que é a única, já que o próprio conceito de quadrilha veio da França aristocrática, como uma evolução de danças populares da Inglaterra.
Confuso? Não se preocupe, que é mais simples que parece.
Le contredanse, madame
Tudo começou nos séculos XIII e XIV, quando o que conhecemos hoje como dança de quadrilha tomava suas primeiras formas na Inglaterra como a “country dance”. Algum tempo depois, eventos como a Guerra dos Cem Anos (entre os séculos XIV e XV) entre Inglaterra e França, fizeram com que ocorressem algumas “transferências culturais” entre os países (ninguém fica lutando por mais de cem anos sem aprender alguma coisa com o adversário) e a “country dance” se tornou a “contredanse” francesa (e, depois, a “contradança” em português).
Apesar de ser uma dança camponesa e rural entre os ingleses, a “contredanse” foi, aos poucos, virando uma dança da nobreza entre os franceses. No século XVIII, essa já era a dança protocolar de abertura dos bailes da Corte. Portanto, era bem natural que ela viesse parar no Brasil, cuja elite adorava imitar os franceses pra parecer chique. A influência foi tão forte que, mesmo séculos depois e já totalmente popular, a quadrilha ainda mantém expressões originalmente francesas, como “anarriê”, “balancê” e “anavan”.
Ah… Como a “contredanse” virou “quadrilha”? É que na Espanha era comum usar o termo “cuadrillo” para a contradança feita com apenas quatro pares. De alguma maneira a expressão se popularizou até mesmo na França (como “quadrille”) a ponto de passar a definir toda a quadrilha, independente do número de participantes.
Imitando e recriando
Desde a época colonial os brasileiros adoram copiar o que faz sucesso no exterior. Se hoje somos baba-ovos dos norte-americanos, naquela época a moda era imitar os franceses. Pelo menos havia uma tendência de, logo depois da elite copiar ipsis litteris os estrangeiros, o restante da população desconstruísse aquela imitação colocando “pitadas” de molho nacional.
E foi o que aconteceu com as quadrilhas. À medida em que a dança foi se tornando popular no Brasil, os ritmos franceses foram deixados de lado e passou-se a acrescentar passos tipicamente brasileiros. Com essas alterações, a quadrilha foi se tornando cada vez mais popular, especialmente nos meios rurais (o que é muito interessante se considerarmos que, séculos antes, ela era exatamente uma dança rural).
Com a valorização do folclore nacional, a quadrilha foi ganhando cada mais espaço e divulgação, especialmente no Nordeste, através de associações municipais, Igrejas e outras instituições. Além disso, foi ampliando seu espaço como atividade pedagógica nas escolas, mesmo nas áreas urbanas.
Características nacionais
O Brasil é muito grande e isso ajudou a surgir algumas variantes regionais, como a quadrilha caipira, em São Paulo, o baile sifilítico, na Bahia, ou o saruê (corruptela de “soirée” – olha o francês aí de novo), no Brasil Central.
Apesar das peculiaridades, as características básicas costumam ser as mesmas em todas as quadrilhas. Há a presença de um “narrador” ou “marcador”, que tem a função de ir falando o que os casais devem fazer a cada momento (é o carinha que grita “anarriê!” ou “olha a cobra!”) e os participantes se vestem de matutos ou caipiras.
Também é bastante comum a encenação do famoso “casamento na roça”, tendo no meio da quadrilha um casal caracterizado como noivos. Essa característica, por sinal, tem relação direta com as festas de São João europeias, que têm festejos que fazem referência a casamentos.
Parabéns para todos da equipe do Papo de Gordo( Maira, Lúcio ,Flávio, Tapioca e Meu Gordo).Os textos de voces sobre as festas juninas ,foram divinos!!!! Apesar da minha idade aprendi um pouco mais lendo os post.Continue assim ,sejam muitos felizes…..Bjssssss……
Olá… Moro em Curitinba, mas de 1988 a 2004 fiz parte de uma quadrilha de festa junina em São Paulo, no bairro Rio Pequeno que iniciou com o nome de "Levanta Poeira" e depois "Quadrilha da Corte", que no lugar de trajes remendados utilizava as melhores vestes do reino, com princesas, rainhas, etc… Seria legal alguma pesquisa com ela, pois sempre no início de cada apresentação se contava a real história das quadrilhas… Me lembro que nos apresentamos no SBT (programa Show da Simony e Show da Mariana) na Gazeta (Mulheres em desfile) e em muitos outros lugares em São Paulo… Se puderem fazer uma pesquisa seria interessante.
oi!!! moro na bainha eu danço a quadrilha de criança adoro dança
oi dança quqdrinha e muito bom q nuca danço e digo dançe e muio bom!!!!!!!!!!!!!
eu moro no ceara- mauriti