O que é o movimento slow food?
Publicado em 22 de setembro de 2009
Slow Food? Você pode estar pensando que trata-se um desses “trocadalhos do carilho” com o termo fast food, mas não é. Liderado pelo jornalista italiano Carlo Petrini, o movimento prega o preparo caprichado dos pratos, a valorização das tradições regionais e o direito de se deliciar calmamente com as refeições.
Ficou interessado? Então preste atenção:
De acordo com o site do movimento no Brasil, o Slow Food é “uma associação internacional sem fins lucrativos fundada em 1989 como resposta aos efeitos padronizantes do fast food; ao ritmo frenético da vida atual; ao desaparecimento das tradições culinárias regionais; ao decrescente interesse das pessoas na sua alimentação, na procedência e sabor dos alimentos e em como nossa escolha alimentar pode afetar o mundo”.
Bonito isso, não? Mas traduzindo o que isso quer dizer na prática:
O Slow Food segue o conceito da ecogastronomia – união entre a ética e o prazer da alimentação. Conjugado a esse conceito está, como não poderia deixar de ser, “o prazer e a comida com consciência e responsabilidade”. Assim, espera-se que sejam reconhecidas as conexões entre o prato (cheio) e o planeta. Para tanto, deve-se aprender a apreciar as receitas e sabores, além de reconhecer a variedade de lugares e pessoas cultivando e produzindo tudo aquilo que vai parar em nossas mesas. Devemos, portanto, respeitar os ritmos das estações e da convivialidade.
Portanto, caros leitores, produtos industrializados, pré-cozidos e enlatados passam longe da cozinha dos adeptos do Slow Food. Para eles, somente alimentos frescos, locais e de safra podem garantir o sabor que o movimento procura.
Slow Food é alimento orgânico?
Quem participa do movimento garante que não. O Slow Food seria a favor dos princípios nos quais se baseiam a agricultura orgânica, ao menor impacto no meio ambiente e à redução do uso de agrotóxicos e adubos químicos. Porém, explicam: “a agricultura orgânica praticada em larga escala, é muito similar ao sistema convencional de cultivo de monocultura e, consequentemente, a certificação orgânica por si só não deve ser considerada um sinal de que o produto é produzido de forma sustentável”.
Aliás, não basta ser orgânico. Os alimentos devem ser produzidos a partir de técnicas tradicionais, naturais, seguras e, acima de tudo, com ricas qualidades de cheiro, sabor, textura e aspectos visuais.
Paladar educado
Esse tal sabor mais apurado só poderia ser percebido, segundo os adeptos do movimento, através do que eles chamam de “educação do gosto“. Coloque tudo para funcionar: tato, paladar e olfato. Para os adeptos do Slow Food os sentidos e a percepção são importantes para que se tenha a exata noção do que realmente significa comer.
Uma vez preparado sensorialmente para desfrutar completamente do prazer de comer, chegou a hora de se aprofundar mais no assunto e conhecer a “arca do gosto” – um catálogo mundial que identifica, localiza, descreve e divulga sabores quase esquecidos de produtos ameaçados de extinção, mas ainda vivos, com potenciais produtivos e comerciais reais. O objetivo, segundo o site do Movimento Slow Food Brazil é “documentar produtos gastronômicos especiais, que correm o risco de desaparecer”. Desde 1996, mais de 750 produtos de dezenas de países teriam sido incluídos na listagem.
Saiba mais
Quem se interessou e quiser saber um pouco mais sobre o tema, pode clicar aqui baixar o manual do Slow Food.
Huahauhauha eu como tanto o slow quanto o fast. xD
Sendo comida é bom de qualquer jeito.
Mas bem interessante isso… novo, digamos assim, pelo menos pra mim. ^^
Parabéns Maira.
Eu acho esse movimento ótimo. Sempre tento comprar produtos de produtores locais e pequenos produtores que, além de ajudar a economia da própria região, é ecológico. E gosto principalmente da parte de comer com calma em lugares agradáveis. Não sou chegada em fast food nem praça de alimentação. Às vezes não tem jeito, mas se tiver escolha prefiro uma comida feita com mais calma e cuidado e um lugar não tão cheio nem barulhento.
Voltei só para dizer: Vivam os queijos de leite cru! Comprem de pequenos produtores.
Durante 6 meses, morei na casa de um chef adepto deste movimento (EUA). Digo que aproveitar esse tipo de "filosofia" é maravilhoso… mesmo assim, sou ariana (= impaciente) e quando tô com fome fico com um mal humor do caramba… às vezes irrita e o que tu queres é um Nº 01 ASAP!
Quando estou com pressa, como o que tiver na reta.
Se tenho tempo, como o que tiver na reta.
Nunca fui chegado num fogão. Até mesmo quando morei sozinho, fazia tanta gororoba que dificilmente alguém, além de mim, comeria.
Mas a idéia do Slow Food é muito interessante. Com certeza, se déssemos mais valor ao momento em que nos alimentamos, se tivéssemos menos pressa para nos alimentarmos, as refeiçoes seriam naturalmente mais saudáveis.
Enfim, boa matéria e bom conteúdo. è sempre bom ouvir coisa nova ou ouvir coisa conhecida mas sobre nova perspectiva.
Bom post, MM!
Interessante ler essa expressao slow food.
Eu acho que isso é uma coisa comum no Brasil, não? pelo menos no interior. Lembro que quando crianca, minha tia passava a manha inteira na cozinha preparando o almoco e muitas sobremesas gostosas…
mas aqui no Canada, o simples fato de cozinhar é uma coisa especial e diferente. Todo mundo só come hamburguer, hot dog, pizza e congelados, quanto mais "fast" melhor… rsrs
Quando alguns amigos vem aqui em casa e eu educadamente convido pra jantar, eles ficam espantados e perguntam se é uma ocasiao especial e tal… Nao entendem o porque de eu estar cozinhando num dia qualquer… rs
O importante é comer bem!
Comam muitas comidinhas brasileras gostosas aí por mim!! :)
beijos
Livia Ramos
Toronto, Canada