Publicado em 15 de março de 2010
A tirinha do MorsaMan de hoje é uma homenagem ao quadrinista Glauco Villas Boas. Ele e seu filho, Raoni, foram assassinados na última sexta-feira, dia 12 de março. Glauco é um dos principais quadrinistas brasileiros (“é”, e não “foi”, porque um artista é imortal através de seu trabalho).
Desde os anos 70, quando ganhou o Salão de Humor de Piracicaba duas vezes seguidas com críticas ao período militar, já chamava atenção seu traço aparentemente simples mas que dava grande riqueza às charges e tiras que fazia.
Em 1983, Glauco criou seu personagem mais conhecido, Geraldão, o solteirão virgenzão que mora com a mãe e fica pelado a maior parte do tempo (sim, é o que está dividindo a tirinha com o MorsaMan). Ele chegou a ser personagem-título de uma revista publicada pela Circo Editorial.
Além de Geraldão, Glauco também criou diversos personagens problemáticos (e, por isso mesmo, divetidíssimos): Dona Marta, Casal Neuras, Zé do Apocalipse e Doy Jorge, entre outros.
Ao lado de Laerte e Angeli, Glauco redefiniu o humor brasileiro logo depois do período militar e sua influência é sentida até hoje, o que pode ser comprovado pelas dezenas de homenagens que ele vem recebendo, desde quadrinistas famosos que começaram com ele até o pessoal que “bebeu na sua fonte” e hoje publica seus trabalhos na internet.
Com essa tirinha do MorsaMan fica nossa pequena homenagem a esse grande quadrinista, desenhista, humorista e ser humano. Ele podia não ser gordo, mas certamente sua alma é :)
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Para saber mais sobre Glauco:
Site oficial do quadrinista
Texto sobre Glauco no Blog dos Quadrinhos
Homenagens a Glauco
Justíssima homenagem.
E grandes traços, como sempre, Seu Flávio.
Argumento maravilhoso e lembrança delicada.
Eu, como grande fã de Glauco, sinto-me emocionado em descobrir, recentemente, que muito mais gente teve influência dele, que muito mais gente admirava seu trabalho. Eu lembro quando comprei a número 1 de Geraldão na banca, já fã dos quadrinhos que pululavam por aí, em outras edições, inclusive da Circo. Guardei a revista como lembrança (sou um saudosista do caralho) desse período em que eu descobria caras como Glauco, Angeli e Laerte, e que o humor malcriado, escrachado e inteligente deles me moldava um pouco o caráter.
No dia da tragédia, retirei dum arquivo a revista e algumas pequenas publicações dele pra reler. Agora vão ficar guardadas com mais um sentimento, além do saudosismo: satisfação. Sim, porque por mais que sua obra tenha sido publicada na década de oitenta à exaustão, que ele tenha ganhado publicações e visibilidade enorme em seu período de ouro, nada se compara, creio eu, à importância que descobrimos ter o seu trabalho na cabeça de tantos artistas novos por aí.
Como é bom descobrir que Glauco sobrevive em seus trabalhos publicados, influenciando e inspirando tanta gente. Como é bom descobrir que a obra sobrevive, dessa forma, ao seu criador.
Belíssima homenagem, parabéns.
Cresci lendo Geraldão, Chiclete e Piratas do Tietê e ver um dos Amigos cair vítima da violência é de fazer chorar.
Está aí uma bela homenagem ao Grande Glauco.
Tbm cresci lendo suas histórias, junto com Angeli e Laerte, e sempre fará falta. Infelizmente, as pessoas de bom caráter e honestidade são tirada deste mundo por malucos fanáticos. Sempre na história, do Brasil ou do mundo, vimos isso e veremos isso. Já dizia Renato Russo: "A humanidade é desumana".
Parabéns pelo roteiro e traço fortes do Lucio e do Tio Flávio!
Esse é um cara que marcou minha infância/adolescência, sempre lia a revista do Geraldão e Los 3 Amigos. Tenho várias… adorava o Casal Neura, Dona Marta e Zé do Apocalipse. Alem claro do grande Geraldão e seu complexo de Édipo. Infelizmente não o teremos de volta, mas devemos sempre lembrar que ele foi um cara diferente de suas tirinhas. Enfim, vou enchugar as lágrimas [mode EMO on]
Sublime essa tirinha. Uma linda homenagem a um artista genial.
Palmas….