Publicado em 22 de março de 2010
Até hoje eu achava que cebolinha e acelga só coexistiam em piadas infames (não sabe qual é? vai pesquisar). Só que, finalmente, vi lado a lado as duas verduras. E, inspirado pelo clássico chiste, tentei comer ambas. Muito ruins! Sinceramente, não sei como o Cebolinha pode gostar tanto de acelga.
Os dias estão ficando cada vez mais monótonos. A rotina nunca muda: comer meia maçã, caminhada, comer verduras bizarras, exercícios, comer coisas ruins em porções pequenas, cama. Aqui está praticamente um “Feitiço do Tempo“, faltando só a marmota. Pra piorar, hoje ainda por cima é uma segunda-feira! Ou seja: Eu deveria estar começando apenas hoje essa minha dieta.
Inspirado pela lembrança da cebolinha e da acelga (a piada, apesar de horrível, ficou martelando na minha cabeça por horas) e pela monotonia dos dias, acabei notando que eu estava igual ao Xaveco, o personagem secundário dos quadrinhos que sabe que é secundário e aceita sua sina de ser humilhado até pelos outros secundários. Por coincidência, a camiseta que coloquei hoje era amarela, igual à dele. Tudo bem que não sou louro, mas a outra opção de personagem deprimido que se veste amarelo seria o Charlie Brown e eu quero esquecer que meus cabelos estão ameaçando cair.
Pra completar meu clima xavequiano, o Twitter ainda trouxe a seguinte novidade: Hoje era o #xavecoday! Apesar de algumas pessoas acreditarem que a tag era pra dar cantadas sem graça (o que prova que o personagem é realmente um loser), o dia do Xaveco foi criado pelo blog “Porra, Mauricio” pra homenagear todo mundo que é secundário na vida. E esse marasmo do spa me faz ter essa sensação.
Meu dia só ficou feliz por um momento quando me avisaram que a aula de pilates de hoje seria cancelada. Eu, sinceramente, não gostei da experiência da aula anterior. Pilates é um tipo de exercício muito bizarro, que faz com que a gente se canse absurdamente sem levantar nenhum peso. Se bem que, como o Fabricio Vaz me disse no Twitter, a física explica que, quanto mais massa num corpo, mais força é necessária para a aceleração. E o que não me falta é massa.
Além da acelga, também conheci várias outras coisas novas: creme de beterraba, creme de brócolis, creme de espinafre com pedacinhos de espinafre… Esses cremes parecem monstros disformes que vão crescer no meu estômago e me explodir por dentro depois de se alimentarem de minhas tripas. Mas depois de pensar nessas coisas, volto à realidade e lembro que não sou tão sortudo assim. É uma profusão de sabores imensa passando por minhas papilas gustativas. O problema é que sou um rapaz de gostos simples. Posso comer bife à milanesa com batata frita todo dia que não enjoo. Já creme de couve-flor com pedacinhos de endívia me enjoa. Mais simples que isso não existe.
Por fim, nesse meu quinto dia de spa estou contando os minutos para ir embora. Estou perdendo peso e admito que esse é um lado positivo muito importante, mas quando olho pra minha barriga, tão molinha e tão sem “sustança”, fico com medo dela não sobreviver… Somos tão chegados… Será o fim de uma era? Acho que não, já que milagres não existem (apesar de muito gordo preferir acreditar em fadas mágicas do emagrecimento ao invés de esforço árduo pra perder peso).
Não me resta muita opção a não ser esperar a hora da janta e comer um pouco mais de acelga. E lá vem a piada de novo me atormentar… Será que é assim que o cérebro dos vegetarianos funciona? Ai… Agora, sim, fiquei deprimido… Que puxa…
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Realmente pilates chega a ser deprimente, você se acaba e simplesmente não entende porque. Fica se sentindo um molenga que não aguenta nada. Ainda mais quando tem umas velhinhas magricelas que ficam te esnobando.
Tá bom, eu desisto. O que é endívia?
po, eu gosto de acelga.
Também amo acelga.. E endívia…
Estou pensando muito em ir para um SPA. Não me importo de comer saladinhas e até gosto de acelga, mas com a vida que ando levando, não consigo me concentrar numa dieta equilibrada… ai ai… Certamente, quando estiver com um prato de acelga na minha frente no SPA, me lembrarei desse post… Muito bom! Adorei o Blog.
[…] Crônica originalmente publicada em 22 de março de 2010 no Papo de Gordo. […]