Publicado em 24 de março de 2010
Acabooooooou, acabou! Zéfini! Voltei, agora pra ficar! Game over! E por aí vai.
Minha estadia de uma semana no spa chegou ao fim. Escrevo essas linhas já de volta ao conforto do lar. Ainda resisto bravamente a abrir a geladeira e até peço para que outras pessoas peguem água pra mim só pra não correr riscos, mas estou feliz.
Agradeço aos leitores que deram uma força, torcendo por mim e dando apoio. Agradeço especialmente o carinho incomensurável de todos os filhos de uma cadela vesga cheia de sarna que ficaram enviando fotos de guloseimas para mim. Vocês vivem no meu coração, lá pertinho das artérias entupidas.
O sofrimento não foi totalmente em vão. Perdi oito quilos. Tudo bem que, proporcionalmente, isso não chega a 6% do meu peso, mas já é alguma coisa para eu me convencer de que não perdi apenas sete dias.
Essa última manhã no spa foi relativamente tranquila. Depois de me pesar e receber a tabelinha de quantos centímetros perdi nas cinturas (no plural porque refiro-me à cintura real e à “cintura de gordo”, que fica um pouco abaixo do umbigo), tomei meu último café da manhã sofrido.
Como disse ontem, fui convidado a almoçar lá uma última vez antes de ir embora. Apesar de eu querer muito ser indelicado, infelizmente minha mãe me deu educação e eu aceitei. Por falar em mãe, dessa vez consegui fugir da psicóloga, que fatalmente falaria de novo dos meus problemas de depressão congênita (como se psicólogos dessem outra justificativa para tudo que acham que é um problema nos outros).
Na hora de ir embora, enquanto o portão do spa abria lentamente, lembrei da sugestão dada pelo Maurício Birochi e gritei “FREEEEEEEDOM!!!”. Depois lembrei que isso se seguia a um machado no pescoço, então zarpei na hora antes que quisessem cortar minha cabeça ou, pior, me obrigar a usar saiote de escocês.
A única dificuldade na volta foi ter que acelerar o carro a cada McDonald’s ou equivalente no caminho. Nos 90 km até minha casa foram umas quarenta lanchonetes, além de dois shoppings. Tinha que dirigir com a barriga implorando por uma batatinha frita e os olhos marejados d’água.
Mas consegui! Aqui estou, oito quilos mais magro e com a lembrança de todo o sofrimento do spa para me ajudar a segurar a boca e continuar emagrecendo, mesmo que aos pouquinhos. Não vou seguir a mesma dieta do spa porque, em ambientes não isolados, eu desistiria em cinco minutos.
Agora tenho mais certeza que o maior erro de quem quer emagrecer é exatamente esse: abrir mão de tudo o que gosta. Fazendo isso, é impossível seguir a dieta. E, quando se consegue seguir a dieta, a felicidade some (e não me refiro à alegria de comer, mas à felicidade como um todo). A solução é encontrar um equilíbrio entre comer o que se gosta e o que é necessário para perder peso.
Na verdade, isso tudo é pra nunca mais ter que ir ao spa. Meu medo é da próxima vez não me deixarem sair.
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AOOO! Parabeeeens tio Lucio!
Estamos orgulhosos!
Resista bravamente! Estamos com você!
Grandes abraços!
Marinno
Olha, eu estou doido pra começar um regime e aprender a me alimentar direito, ta me atrapalhando com as meninas essa barriga. Isso me motivou mais ainda, Lúcio, te amo!!!
Parabéns, Lúcio. Perdi R$10,00, pois apostei que você não aguentava tudo, mas você provou que é macho e aguentou tudinho e sem chorar. Muito bem!
Parece difícil passar 1 semana no spa. Eu ia me dar mal porque não gosto de gelatina.
[…] Crônica originalmente publicada em 24 de março de 2010 no Papo de Gordo. […]