Papo de Gordo na 26ª Fispal
Publicado em 12 de junho de 2010
Conforme divulgamos semana passada, o Papo de Gordo está trazendo uma cobertura especial da 26ª Fispal Food Service (Feira Internacional para Alimentação Fora do Lar), que aconteceu entre 7 e 10 de junho em São Paulo.
A última vez que eu visitei esse evento foi há dez anos. Hoje, a feira é no mínimo quatro vezes maior do que naquela época. A quantidade de expositores e a qualidade dos estandes também me surpreenderam.
Um dos diversos eventos integrados à Fispal foi a Tecno Sorvetes. Lá, pude ver vários equipamentos utilizados na fabricação, armazenagem e transporte desse tipo de produto. Havia até uma sorveteria modelo tão convidativa que, mesmo gripado, experimentei um picolé de coco recém-fabricado.
Fui então aquecer a garganta na Expo Café Brasil. O aroma do delicioso grão inebriava o ambiente. Máquinas high tech despertavam a vontade de beber café em cada esquina daquele pavilhão da Expo Center Norte. Mas foi uma máquina low profile que me fez parar e tomar o primeiro do dia: ela utiliza o sistema básico da primeira máquina de expresso manual, uma alavanca que pressuriza a água quente e faz com que ela passe através do café. Divino.
Um estande de que gostei muito foi o da Ci & Ci Delícias, uma empresa que atua há 20 anos no mercado fazendo biscoitos próprios para café. São 25 receitas diferentes, todas sem conservantes. “Eu poderia ir na casa de qualquer pessoa e fazer um biscoito com os ingredientes que encontro no armário”, conta Cinthia Morales dona da empresa. Os biscoitos, embora de excelente qualidade, custam em média 3 centavos. Ótima informação para pedir dois no proximo café!
Depois de abrir o apetite com os biscoitos, fui checar a parte de maquinários e equipamentos. Notei que cada vez mais há a preocupação com a estética nas cozinhas. Fornos inteligentes, fritadeiras gigantes e fogões que cozinham para um batalhão chamam atenção pelo brilho do inox escovado e pelas formas mais arredondadas nos cantos. Cozinha deve dar prazer até pra quem ganha dinheiro com isso.
Ficou claro nesse evento que a tecnologia é cada vez mais importante, tanto quanto a inovação em alimentos e técnicas de preparo. Porém, o melhor da feira são as novidades em produtos. Algo curioso que experimentei foi um salgadinho tipo cheetos sabor jalapeño. Exótico, mas muito bom!
Da Bimbo, fabricante de pães e biscoitos, destaco os Crocantinhos da Pullman, uma mistura de salgadinho e torrada, nos sabores Queijo & Cebola e Tomate, Manjericão & Azeite. Já a Aji-no-moto apresentou sua linha de sopas cremosas.
Sandra Valêncio, gestora de eventos em Maringá (Paraná), veio à Fispal para conhecer as novidades do setor e ter contato com chefs de cozinha. “Eu acho muito importante esse tipo de evento porque a gente vê o que pode melhorar na nossa atividade; vou voltar pra minha cidade cheia de ideias”, me confessou.
Sandra ainda contou que se sente satisfeita por ver que muitas coisas que são defendidas pelos profissionais mais conceituados do setor, ela também já faz: “Orgânicos, por exemplo, a gente sempre usa. Eu faço questão de procurar os melhores produtores da minha região, porque entendo que investir nisso tudo é cuidar da qualidade de vida”.
Senti falta dos anunciados 400m² reservados para os alimentos orgânicos. Ana Maria Fragata, supervisora da Native Alimentos, uma das poucas expositoras na área, conta: “É melhor investir hoje num produto orgânico e mais saudável do que ter que gastar lá na frente com remédios”.
Rafael Hermógenes, assistente técnico do Sebrae Nacional, outro expositor presente, falou da preocupação do Sebrae em mostrar que não só frutas e hortaliças podem ser orgânicos: “Temos aqui no nosso estande poltronas feitas com algodão orgânico”, exemplifica.
E a Fispal também acabou em pizza.
Devo admitir que estava ansioso pela IV Copa Brasileira de Pizzarias. Ficava imaginando o que aconteceria se eu tivesse a chance de comer as pizzas concorrentes. Doce e salgada ilusão. Fiquei ali na platéia feito um cachorro olhando para a máquina de assar frangos.
Separando meu nariz e a bancada de preparo das pizzas, estavam cinco jurados que dormiram felizes por terem provado um pedacinho das delícias apresentadas. Um dos jurados era Roberto Ravióli (nome sugestivo, não?) que é dono do Empório Ravióli, um dos restaurantes italianos mais famosos de São Paulo.
Perguntei a Ravióli que pontos devem ser levados em consideração ao “julgar” uma pizza. Segundo ele, as características principais são: apresentação, escolha dos ingredientes, aroma, textura (deve ser macia no centro e ir “secando” para as bordas) e, por fim, o paladar. Sobre a qualidade das pizzas brasileiras, ele disse que estão entre as melhores do mundo.
Ravióli também contou que o vinho é o acompanhamento ideal para a redonda e que, caso a pessoa não queira nada alcoólico, o refrigerante é uma boa pedida. Já a cerveja, deve ser evitada. Das pizzas mais exóticas que ele comeu, destacou uma pizza de rã.
Enquanto Ravióli julgava as onze pizzas participantes, eu apenas fazia as fotos e salivava compulsivamente. Vieram pizzarias de Minas Gerais, Pará, Espirito Santo, interior de São Paulo e a campeã regional do Nordeste: uma pizzaria da Bahia. Além de três da capital paulista.
O único incidente do evento foi um problema com a pizzaria de Poços de Caldas (Minas Gerais). Quando o pizzaiolo colocou a pizza no forno, deixou a massa embolar, transformando-a num calzone. Pensei em sugerir a distribuição ao público, mas os jurados disseram que iam comer mesmo assim. Como era a primeira, acho que eles estavam com fome.
Alguns concorrentes apostaram em combinações novas, como camarão, palmito de pupunha e coco ralado, receita da vice-campeã Gíu Gastronomia, da cidade de São Paulo. Fiquei com água na boca por conta dessa e parece que o apresentador do evento, o jornalista Wagner Sturion, notou a baba escorrendo e me convidou para ser o degustador oficial de uma das pizzarias. Meu estômago já roncava a essa hora, então tive que me conter para não engolir em duas bocadas a fatia que me foi servida.
A Villa Pizzaria, de Joanópolis (São Paulo), seguiu a linha mais tradicional: pizza marguerita com queijo moleson de cabra. Estava muito boa mas, conforme meu depoimento na Fispal, levemente torrada nas bordas.
A grande vitoriosa da noite foi a Port’Alba Eco Pizzaria, de São Roque (São Paulo). Com uma combinação de massa especial (sem fermentação e com descanso de cinco dias), geleia de champanhe e alcachofra, a pizzaria ganhou uma viagem para Itália com tudo pago para concorrer pelo Campeonato Mundial de Pizzarias, além de um forno e mil caixas de pizza.
Ao entrevistar o simpático Leonardo, ajudante do pizzaiolo, ele disse estar muito honrado e que sentiu o coração disparar quando o resultado foi anunciado. “Agora, estou sonhando com a viagem pra Itália”, comemora.
Ao deixar o evento, passei numa pizzaria pra matar a vontade. Acabei comendo só três pedaços: portuguesa, peperoni e atum. Essa gripe me tirou um pouco o apetite. Culpa do sorvete.
Que evento sensacional, me senti como se estivesse lá!
Cada matéria dessas que leio, me incentiva mais em fazer gastronomia.
2011 que se cuide, vou engordar (ainda mais) todo mundo ao meu redor!
fala sério, sorvete, café e biscoito, pizza e vinho, cardápio perfeito, adorei, também me senti lá! estou feliz por vc, te amo, mana lu.
Roger,
Eu tenho muita vontade de estudar gastronomia por coisas assim também. O que me falta é tempo!
Meus parabéns meu lindo essa matéria ficou show…cada vez fico mais orgulhosa de vc. Bjs!!!
Muito bom mesmo, Du!
Me senti como se estivesse estado lá!
Beijo e congrats!
Também sempre tive vontade Roger, mas assim como o Sales, me falta tempo… quem sabe ano que vem também consiga.
Fico grato por ter gostado da matéria.
Terrível ler uma matéria dessas grávida e cheia de vontades. Agora eu quero comer uma pizza de biscoitinhos com café, rã e sorvete de coco.
Amei a matéria! Queria ter ido (com muito apetite)
Poxa Eduardo, ficamos todas muito contentes em saber que gostou de nosso Stand e por tantos elogios. ADOREI este site, que eu não conhecia e desejo a vocês muito, muito SUCESSO !!!! Virei fã !!