Publicado em 05 de julho de 2010
Depois de escrever sobre a rotina de um spa enquanto o resto da equipe do Papo de Gordo cobria festivais de vinhos e feijoadas (a divisão de tarefas costuma ser ingrata por aqui), finalmente tive minha recompensa: Visitei o 3º Festival de Cultura Japonesa da Ilha Grande!
Depois de 40 minutos num barco que saiu de Angra dos Reis (sul fluminense), cheguei à praia de Bananal, na Ilha Grande (a maior ilha da região, como dá pra deduzir pelo nome altamente descritivo). Pelo terceiro ano consecutivo, o local recebeu centenas de moradores e turistas para um evento dedicado à cultura e, claro, à culinária dos nossos amigos nipônicos.
O festival ocorreu entre os dias 2 e 4 de julho, organizado pela Associação de Pousadas da Enseada do Bananal (APAB). Esta edição teve uma importância especial para os moradores por ter sido o primeiro grande evento ocorrido na região após a tragédia que destruiu uma das pousadas da Ilha no início do ano.
A Enseada do Bananal possui uma grande comunidade de japoneses e descendentes desde 1930, quando os primeiros vieram de Santos e outras cidades do interior de São Paulo para explorar a sardinha, abundante por lá.
O evento contou com oficinas de mangá, origami e shiatsu, além de exposição de quimonos e diversos shows, como o dos grupos Atibaia Seiryu e Himawari Taiko (que fizeram uma apresentação de taiko, os “tambores gigantes” japoneses) e da Cia Fujima de teatro Kabuki. Também houve apresentações de música, dança (clássica e moderna) e até caratê.
O cônsul-geral do Japão no Rio de Janeiro, Arakawa Yoshihiko, também compareceu ao evento, participando do brinde de saquê (um enorme “barril” da tradicional bebida japonesa que depois foi liberado pra galera, que estava doida pra dar uns golinhos).
Mas, vamos falar do que mais interessa ao leitor do Papo de Gordo: a comida! Havia uma área com barracas apresentando várias opções de culinária japonesa, desde sushis e yakissobas até espetinhos e pastéis, além de doces japoneses, bebidas e o clássico melona, um “picolé” de formato e sabores exóticos feito na Coreia do Sul (mas que é febre no bairro da Liberdade, o que deve credenciá-lo a ser associado à cultura japonesa).
Eu só visitei o segundo dia do festival, mas foi suficiente para gostar bastante. Não só da comida (que fiquei experimentando durante o dia todo, repetidamente), mas também dos shows. A beleza da Ilha Grande e o bom tempo também ajudaram a compor o cenário para um dia extremamente agradável.
O único ponto negativo que pode ser citado são os banheiros químicos. Afinal, quem já precisou usar banheiro químico sabe que isso é um problema complicado. Por um lado, é a melhor opção para eventos em espaço aberto, mas isso não muda o fato de que eles, em pouco tempo, estão com cheiro e “visual” desagradáveis. Não sei até que ponto seria viável utilizar os banheiros das pousadas, certamente muito mais limpos, porém esse problema nem de longe afeta a qualidade do festival.
Portanto, fica a dica: Se você gosta da cultura japonesa, tente visitar o festival no ano que vem. Mesmo que só queira ir pela comilança, dificilmente vais resistir a uma caminhada pelas praias da Ilha Grande. Em último caso, se for incrivelmente preguiçoso, basta ficar assistindo os shows enquanto devora um pratinho de hot filadélfia com guaraná.
Bem, depois de ler essa matéria, fica um convite pro pessoal do papo de gordo e principalmente pro Flávio que mora em SP (se não estou enganada): o 13o Festival do Japão em SP… Vai ser nos dias 16 a 18 de julho em SP… Quem quiser mais informação, pode entrar no site http://www.festivaldojapao.com/ . Fica ai a dica pra vocês. Bjos a todos.
Engraçado como eu fui atraído para esse post.. hahahaha
Sou apaixonado por cultura japonesa – tenho um TCC para provar – e sempre que posso, vou a festivais da cultura para me 'atualizar' do assunto.
No caso, aqui em Jundiaí, temos uma colônia nikkei que sempre realiza eventos para arrecadar fundos à associação e, claro, divulgar um pouco da cultura.
E quando o assunto é comida, posso dizer que não experimentei de tudo, mas me sinto um gordo – de respeito – por devorar vários pratos típicos das ilhas orientais. De sushi à yakissoba, tameki à rolinho primavera, passando claro pelo tempurá delicioso.
E quase ninguém sabe, mas na última imagem à direita, está um katakaná – ideograma japonês – que quer dizer Lucio, e o que está escrito: Rutio (que seria como os japoneses leem Lucio).
Abraços