Publicado em 21 de julho de 2010
Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudo de Diabetes EarlyBird, localizada em Plymouth, Inglaterra, junto a 200 crianças e ao longo de 11 anos acaba de redefinir a relação entre a prática de esportes e a obesidade infantil.
Isso porque, segundo os cientistas, as atividades esportivas não promoveriam nenhuma alteração no peso ou redução de gordura corporal em crianças que sofrem de obesidade.
Contudo, os pesquisadores fazem uma ressalva: as crianças sedentárias têm uma predisposição maior para engordar. Isso ocorre porque elas optam por não praticar esportes e nem fazer exercícios físicos por criarem uma imagem negativa do próprio corpo e ainda terem mais chances de desenvolver dores durante as atividades.
As descobertas dessa pesquisa me fizeram voltar um pouco à minha infância. Quando estava na 3ª série, tinha uma amiga gordinha que sempre fazia tudo nas aulas de educação física. Ela corria, pulava, dançava e jogava queimada mais até do que umas meninas magras da sala, ou seja, queimava bem mais calorias. Eu me questionava porque não emagrecia.
Agora posso compreender o que está por trás desse mecanismo, pois para os pesquisadores da EarlyBird, liderados por Terry Wilkin, a nutrição contribui de forma mais significativa para a diminuição do peso dos gordinhos, sendo a chave do combate a obesidade infantil – mais até do que o exercício físico!
O estudou realizado em Phymouth gerou opiniões divergentes entre os especialistas. É o caso de Andy Ness, da Universidade de Bristol, que considera o estudo da EarlyBird “parciamente correto”. Isso porque, segundo ele, os exercícios físicos implicam sim na redução de gordura corporal. O cientista acredita ainda numa combinação positiva de alimentação balanceada e atividades esportivas.
Já David Haslam do Fórum Nacional para a Obesidade, na Inglaterra, comenta que o estudo não pode ser levado ao pé da letra, pois acaba fazendo com que as crianças fiquem “malandras”. Ou seja, que elas deixem de praticar esportes e se tornem adultos sedentários, com sérios problemas de peso e complicações na saúde.
Em entrevista à BBC, ele questionou também o Departamento de Saúde Inglês, que desenvolverá políticas de saúde a partir desse e de outros estudos com o mesmo tema, mas com conclusões distintas, até que se chegue a uma resposta mais abrangente e confiável.
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Fontes:
Estudo questiona vantagens do exercício no combate à obesidade infantil
Essa pesquisa só vem prejudicar a educação das crianças!
Não é possível que crianças que corram muito e façam muitos esportes não emagreçam. Mesmo porque crianças emagrecem sim. Claro que a nutrição também tem um papel muito importante no controle da obesidade também.
Sempre é bom um acompanhamento com UM nutricionista! =D
O gasto calórico de qualquer atividade física é bem inferior ao montante que uma criança pode consumir com um pacotinho de biscoito e uma lata de refrigerante, então é real a importância da atenção nutricional em todas as fases da vida. O foco no exercício físico / atividade física deve ser de manutenção e melhora da saúde, pois não tem dieta que promova o sistema cardiorrespiratório, músculoesquelético, a sensibilidade à insulina, dinâmica hormonal de anabolismo e catabolismo… Atividade física serve a saúde e bem-estar.
Fui "gordinho" (o diminutivo é carinhoso, e se aplica até hoje… =D) toda a vida, desde criança. Mas nunca fui sedentário – pelo contrário, cheguei a ter stress aos 12 anos de TANTAS atividades que eu tinha: natação, tênis, basquete, educação física na escola, teatro e dieta o tempo todo…
A genética é f***. Quando você tem uma tendência, a absoluta maioria das técnicas que funcionam para todos provavelmente não funcionará pra você. Vim emagrecer efetivamente agora, depois dos 23 anos e de uma cirurgia bariátrica – hoje, com 25 anos, peso apenas 93 dos meus 136kg anteriores… E olha que eu engordei 5kg. =)
MAS esse estudo não é motivo para incentivar a criançada a ficar na frente do Playstation. Pelo contrário, reforça que todo esporte deve ser acompanhado de boa dieta, bons hábitos alimentares e, acima de tudo, boa orientação – com muita metodologia.