Publicado em 13 de setembro de 2010
O Centro de Distúrbios da Alimentação da Universidade Duke (EUA) vem estudando um distúrbio alimentar similar à bulimia e anorexia que se caracteriza pela antipatia por certos grupos de alimentos, geralmente vegetais, frutas, alimentos desconhecidos ou temperos fortes. Essas pessoas são comumente apelidadas de “chatas para comer” ou “picky eaters“, mas na realidade possuiriam o chamado “paladar infantil”.
Um questionário feito pelos pesquisadores verifica se a pessoa estaria aberta a experimentar pratos desconhecidos – dilema comum entre turistas que visitam outros países, por exemplo. Enquanto a grande maioria dos adultos sente prazer na experiência gastronômica diferenciada, os “chatos para comer” têm medo de encontrar no prato “algo intolerável”. Esse distúrbio se mostra mais cruel quando esse distúrbio afeta a vida social da pessoa, que passa a evitar situações apenas para não ter contato com o alimento indesejado – alguns chegam a mentir que sofrem de alguma doença para rejeitar um prato.
Casos extremos demostram sinais de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): pessoas que consomem apenas comidas de uma determinada cor (só se alimentam de pães, queijos e massas, por exemplo); pessoas com aversão a alimentos verdes (rejeitam todas as folhas e até mesmo limões); e pessoas que retiram completamente de seus cardápios alguns alimentos fundamentais para o bom funcionamento do organismo, como frutas.
O psicólogo Pablo de Assis esclareceu para o Papo de Gordo algumas dúvidas relacionadas ao tratamento desse distúrbio. Segundo ele, o mais importante é descobrir se realmente existe um problema – social e/ou de saúde – e reconhecê-lo. O acompanhamento psicológico pode ajudar caso a pessoa não tenha força de vontade suficiente para mudar por conta própria.
Além disso, se realmente houver interesse em mudar para um cardápio mais saudável, a pessoa deve “se forçar” a comer até desenvolver tolerância ao paladar e eventualmente passar a gostar da comida que antes não comia. Caso a força de vontade não seja suficiente, pode-se recorrer a técnicas comportamentais como o pareamento: a cada porção de algo que não é tolerado, come-se algo agradável ao seu paladar. Aos poucos isso pode ajudar a criar a tolerância.
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Fonte:
Adultos com paladar de criança intrigam cientistas
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