Publicado em 02 de dezembro de 2010
Visando acabar com problemas de escassez de alimentos e preservação de espécies selvagens, cientistas do mundo todo sugerem soluções como a clonagem e a transgenia em animais. No entanto, como não há certeza sobre os efeitos do consumo desses produtos a longo prazo, autoridades de diversos países já se preocupam com possíveis consequências dessa prática.
A Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia – UE), por exemplo, propôs a proibição em 19 de outubro da clonagem de animais para consumo humano por pelo menos cinco anos. O relatório também sugere que não seja permitido importar carne, leite e outros derivados de animais clonados. Contudo, a comissão incentiva a clonagem de animais para fins de pesquisa científica ou para preservar espécies em extinção. Os argumentos para a proibição se baseiam em preocupações morais e com o bem-estar dos animais e ainda precisa ser aprovada pelo conselho de ministros da UE e pelo Parlamento Europeu.
Já nos Estados Unidos, a FDA (agência regulamentadora de alimentos e remédios) vem analisando se deve ou não aprovar a comercialização de peixes transgênicos no país. Eles seriam os primeiros animais geneticamente modificados a serem consumidos por humanos e a aprovação pode abrir precedentes para o consumo de outros animais transgênicos, como uma espécie de porcos desenvolvidos no Canadá (cujo esterco seria menos poluente) ou gado resistente a doença da vaca louca.
A empresa AquaBounty desenvolveu um tipo de salmão que atinge a maturidade duas vezes mais rápido que a espécie selvagem e já havia pedido a aprovação do produto em 1995. No entanto, a FDA só resolveu considerar as conseqüências do consumo de animais geneticamente modificados há dois anos. A decisão final ainda pode levar meses já que a agência vem consultando diversos comitês para ter certeza de que o produto é seguro.
Embora a FDA já tenha afirmado em relatório preliminar que o salmão transgênico é tão seguro para a alimentação quanto o convencional, ativistas que se manifestaram contra a comercialização do peixe se preocupam com os riscos de danos que seu consumo possa causar no futuro, pois não há dados ou pesquisas suficientes para garantir que não haverá efeitos colaterais. Além disso, os ambientalistas exigem que o produto seja rotulado como transgênico.
Fontes:
Comissão Europeia quer proibir clonagem animal para alimentos
Salmão pode ser primeiro animal transgênico aprovado para consumo humano
Decisão sobre comercialização de salmão transgênico é adiada
Governo dos EUA reúne comitês para opiniar sobre segurança de salmão transgênico
Eu não gosto dessa idéia de nos colocarmos à cima da natureza, sabe?
Tomara que eu nunca tenha consumido e nem nunca consuma bichinhos clonados.
Mas temos que ver isto de outro ponto de vista, boa parte das raças de peixes e animais que criamos como "animais de estimação" são de certa forma geneticamente modificados. Alimentos? vai dizer que aquelas mangas enormes e pimentoes enormes são assim na natureza e não sofreram ações de agrotoxicos e aceleradores de crescimento? Desde que seja algo bem pensado e testado. Mangas enormes e sem fiapos são perfeitas *-* mas clonagem acho que seria cara demais para animais do genero alimenticio.
Essa pergunta pode ser respondida pelos 2% da população que nunca ouviu falar em McDonalds. Acredito que pessoas que vivem em fazenda e comem produtos orgânicos podem responder. Isso não é uma questão de escolha.