Publicado em 24 de abril de 2012
Numa noite de insônia parei para pensar sobre como assumir uma postura de gordinha yeah yeah havia mudando a minha vida. A conclusão: estou fazendo as pazes comigo mesma. Por quê? Se prepara porque o texto é grande!
A primeira constatação que fiz foi de que, ao final de cada dia, fazia a contabilidade das “estrelinhas” que conquistava para o meu diploma de “mulher perfeita”. E o mais cruel disso tudo era de que, inevitavelmente, me sentia frustrada, sempre.
Mas por que nós mulheres fazemos isso conosco, afinal? O que está por trás de tanta autoexigência?
O fato é que ninguém é perfeito. A gente vive escutando (e repetindo) esse clichê, mas na hora de levar essa máxima a sério a coisa muda de figura. Principalmente se você for mulher.
O cabelo tem que estar impecável, mas ele teima em ter pontas duplas… em ser cacheado/liso demais…
A pele tem que ser uma seda, mas sempre surge uma espinha aqui… uma manchinha ali…
Estamos sempre em busca de perder 2 ou 3 quilinhos, queremos nos livrar das celulites e ainda ter curvas, sem abrir mão do corpitcho em dia.
E essa busca insana pela perfeição não vale só para a beleza. No trabalho, com a família, os amigos e no amor, a gente se desdobra para não falhar jamais.
Uma vez, me disseram que eu tinha medo de ser menos admirada e amada se cometesse algum deslize. O pior é que é verdade! E viver assim é muito cansativo e perigoso, não acha?
Depois de sofrer muito, estou aprendendo que o preço pago por pegar pesado assim comigo mesma é alto e pode acabar custando minha felicidade.
Assumir a postura de gordinha yeah yeah tem me ajudado a aceitar o que sou, com as fraquezas e imperfeições que estão dentro de mim. Tem me ensinado também a comemorar cada estrelinha conquistada para o meu diploma – não de “mulher perfeita”, mas sim de mulher real.
Admito que ainda sou muito dura comigo mesma, mas reconheço que já me distanciei alguns passos daquela figura perfeitinha que toda mulher idealiza. Para isso, dedico-me fortemente a um exercício diário: não comparar minhas fraquezas/defeitos com as qualidades alheias, para não me sentir inferior por isso. Também, estou aprendendo a aceitar que a vida alterna fases de crise e de realização e que há coisas que vou conquistar, mas outras que talvez não.
Se sou capaz de amparar e de ser compreensiva com as falhas dos outros, por que não poderia fazer o mesmo por mim mesma? É claro que posso aliviar a angústia de quem mais gosto: eu! Essa postura mais leve com a vida também faz parte do que significa ser uma gordinha yeah yeah!
Amei o texto Maira, acho que é bem por aí mesmo, quando eu era criança eu sentia muito isto, queria ser loiro de olho azul, bonito, inteligente, ter muitos amigos, ser respeitado pelos coleguinhas, não sofrer bulling, ter meninas aos meus pés e bla bla bla…sofri um bocado.
Mas o tempo é sábio e nos ensina que devemos ser nós mesmos… aprendi a trabalhar parametros comportamentais e vi que ser antisocial só me deixava mais sozinho… e eu sempre precisei de passoas, adoro ter amigos e me divertir com eles, e a diversão muitas vezes é ficar a tarde toda falando de filmes, livros, passeios ou só rindo e fazer rir…
Pronto o comportamental eu descobri que vem de dentro, mas o que eu faria com a casca, que num me agradava tanto assim?? fiquei um pouco deprimido na adolescencia, aprendi a me imaginar feio e zuado, até que um belo dia, me surpreendi sendo paquerado, então neste momento é que começou um processo irreversivel de aceitaçao daquilo que sou… passei a gostar mais de mim ao entender que iria sempre existir alguem que ia curtir eu como sou, claro o peso sempre é um fantasminha que prega peças e tenho que ficar atento a todo instante…das vezes que não dei atenção me arrependo amargamente, pois se vc em inclinação a ser gordo… p/ sair do gordo para o mamute é um pulo, pelo menos p/ mim, numa media de 3 em 3 anos faço um bom, longo e dolorido regime.
e agora este processo de aceitação me pega na vida adulta, o envelhecer… afinal a gente sempre acha que vai ser sempre jovem, até fios brancos começarem a aparecer!!! Então levo este conceito de aceitação para este patamar também da velhice!
Todo mundo nasceu perfeito!! Só precisa se aceitar a modificar aquilo que for possivel para se sentir melhor, e não estou falando de fazer uma plastica por dia e sim… trabalhar em si mesmo este processo!! vc é perfeito e sempre vão ter pessoas que vão gostar de vc e pessoas que vão te odiar!! esta é a verdade absoluta!!
Não se dedicar apenas a agradar os outros e entrar na neura da idolatria ao corpo!!
Parece zueira, mas a Blind é cega… mas ninguem nunca falou p/ ela que ela é cega, portanto ela nem sabe que tem limitações! Corre, brinca, pula e se diverte, por vezes bate a cara na parede…mas ela já entendeu que este tipo de coisa faz parte da vida!!
Sempre bateremos a cara na parede, vez ou outra!
Xi meu texto tb ficou grande!
Sobre a velhice penso em ficar velho antes de conseguir ser tudo que eu gostaria de ser, isto até me deprime um pouco!! Mas se quero fazer algo… preciso fazer algo!
Parece conversa de louco neh!
bjs!
Disse muito! Disse tudo, Fred! Esse negócio de se aceitar e lidar com as cobranças alheias é trabalho para uma vida inteira. Estava conversando com Dudu ontem e cheguei à conclusão que o maior medo que temos é do fracasso e não das mudança, da vida ou da morte. Mas ele faz parte da existência e temos que aprender com a Blind: bater com a cabeça na parede, levantar e não tomar conhecimento de que aquilo foi algo ruim, mas acreditar que faz parte do processo de estar no mundo.
Que bonito, gente! Maira, adorei o texto. Eu sou exatamente assim. Não exatamente com o corpo, mas com muitas áreas da minha vida. Penso em tudo 500 mil vezes, quero fazer e refazer meu trabalho, quero ser perfeita. Não para os outros, mas para mim mesma, que sou minha maior crítica.
O exemplo da Blind foi perfeito, Fred. Vou tentar ser mais como ela. :-)
Beijos, meus queridos!
Ai, Mai, assino embaixo de TUDO o que escreveu! Aliás, não só eu. Acredito que todos os leitores aqui do PDG já sentiram essa pressão.
Gostei muito do lance da coleção de estrelinhas, mas confesso que ainda não me desapeguei delas. Então toca ser a perfeita: tenho que ser boa filha, boa trabalhadora, boa amiga, se estou namorando aí a coisa complica… A Mulher Maravilha aqui tem que ser a gueixa, o Jorrjão que conserta tudo, a amigona de buteco, a amante perfeita nos lençóis, a que conversa com a mãe do cara…
O “pior” desse minha busca está sendo por estes dias. Estou passando por várias baterias de exames, achando coisas que poderiam ter sido resolvidas logo, mas como eu sou SUPER, sentir dor é coisa de mulherzinha, não ir trabalhar pq tá doente tb (mas essa cobrança eu não tenho com os outros, só comigo!)… Aí teve um médico que ficou me olhando e me disse: MAS VOCÊ NÃO É INTOCÁVEL.
Como dizia um colega da escola: “TOMA, SAFADA”! Levei um fatality do doutor! hahahahahahaha
Vamos ver se consigo superar isso, sabendo que tem gente que o fez!
Certamente pensar dessa forma evita o uso de anti-depressivos, a gente tem que ter responsabilidade, mas tem que ter o momento “foda-se” também. Um viva para as mulhres reais (por dentro e por fora)!
Já aprendi a ter esses “momentos foda-se”. O próximo passo é não me sentir culpada quando eles acontecem! :-) Um passo de cada vez!
Amém!
Vana, acho que a pessoa que mais cobra perfeição de mim sou eu mesma. É assustador quando percebo o quanto sou rígida e implacável comigo mesma. Conseguir suavizar isso é um desafio/exercício diário para mim.
Oi Maira, obrigada pelas maravilhosas dita neste texto. Por mais que a gente seja ensinada a gostar de nós mesmas como somos, um grande conflito de que nós mesmas devemos ser com a modelo estampadas em publicidades…
Sua coluna é inspiradora, motivacional e principalmente educacional!
Parabéns sempre!!
[…] leitura do texto da Maira dessa semana despertou em mim pensamentos sobre o porquê de eu querer que a minha casa esteja sempre muito […]
Maira, tenha sempre em sua mente esta certeza :Somos seres humanos ou melhor, espíritos imperfeitos à caminho da nossa evolução.A nossa vida é uma eterna escola.Siga sua vida praticando o bem e ajudando( dentro das suas possibilidades )aquelas pessoas que a procuram.Bjsss ,estou com muitas saudades de vcs.
só podia ser a maira
olha amei esse site,e amei as reportagens. Parabéns espero aprender muito com vcs todos. Abraçosss jane cristina
OI MAIRA SOU NOVA AQUI VC PODE ME INFORMAR OQUE É UMA GORDINHA YEAH, YEAH ? FIQUEI CURIOSA. KKK BJSS E OBRIGADA
Olá, Maira e equipe do PdG! A pergunta já é estranha, mas cabe no mundo em que vivemos, onde nunca se é rica demais ou magra demais… Há de se parabenizar quem vive da forma como escolheu e não se envergonha disso, simplesmente por ter consciência de não haver do que se envergonhar.
Beijos deste fã de seu trabalho.
Texto perfeito, vivo uma luta constante em busca de me cobrar menos e me amar mais. Principalmente depois de perceber que essas cobranças constantes estavam me deixando fisica e mentalmente doente, refletindo-se na forma de alergias e surtos nervosos. E agravando minha depressão, elas estão no meu caminho da cura, e acada dia eu me sinto mais linda e perfeita em minhas imperfeições, errar agora eh apenas algo que acontece, não mais algo feio que eu devo ter vergonha e esconder do mundo a sete chaves.