Publicado em 11 de maio de 2012
Todos nós passamos a vida escolar, ano após ano, tendo de escrever um cartão de Dia das Mães para a mamãe. As vezes a mensagem vinha pronta, escrita e pontuada numa folha mimeografada ou fotocopiada e a gente colava dentro do cartão e depois soltava a imaginação com lápis e canetinhas coloridas para deixar o cartão personalizado… mas se a mensagem não foi escrita por nós, que personalização é essa?
Lembro muito bem quando estava no ensino médio (ou 1º grau como era chamado nos anos 80) e recebi uma mensagem de Dia das Mães para entregar para a minha mamma. O tal texto ocupava meia folha de ofício, mas tinha palavras a torto e à direito no meio de um desenho de ramos de flores. Ela recebeu de bom grado, leu tudo e depois disse:
– Só pode ter sido escrito por uma mulher solteir(ona) sem filhos.
Naquele dia, eu não entendi o porquê de tanta discriminação à pobre autora anônima sem filhos que mandou as felicitações com tanto amor e esmero. Na hora me senti muito frustrada e até magoada, porque eu TINHA que entregar a tal mensagem para ela. Segundo a professora, a mamãe ADORA t_u_d_o que seus filhos lhe dão. Só que eu dei uma mensagem que não foi escrita por mim, não era um presente do meu coração, era um presente aleatório que todas as outras mil e quinhentas mães de alunos da escola também receberam.
Naquela época, eu não sabia o significado de Ser Mãe, também desconhecia o significado de Ser Filha. Mas depois que comecei a conviver com o Logan e que o Max nasceu, essas duas palavras começaram a ter um sentido mais claro para mim.
Ser filha(o) é agradecer à paciência, agradecer aos puxões de orelha, agradecer os abraços e afagos. Ser filha é ter noção de que tudo que seus pais fazem tem pelo menos 90% de dedicação à ti. Ser filha(o) é saber que o mundo não gira ao redor do seu umbigo e que sua mãe tem direito a tomar banhos longos, sair com as amigas, viajar, estudar e saber que por estar dedicando tempo a si mesma, não significa que ela goste menos de você ou que não se importa com você.
Ser mãe é se preocupar 24 horas por dia por aquela(s) pessoa(s) que dependem de ti. É se dedicar ao máximo para que a educação, os valores morais, os bons costumes sejam parte dos pequenos seres que habitam a sua casa. Ser mãe é dizer não e saber que isso é para o bem das crianças. Ser mãe é elogiar todas as conquistar e criticar todos os maus comportamentos. Ser mãe é entender que o mundo não gira ao redor do seu umbigo e que você precisa ajudar seus filhos a crescerem com dignidade, respeito e felicidade.
Um beijo enorme à todas as Mamães!
Um beijo para todas (os) filhas (0s) que entenderam o quanto são importantes nas vidas de suas mães, mas que ela também merece se dedicar às coisas que ela gosta!
Aproveite a passagem do dia das mães e e ouça a minha participação no podcast Na Calçada dessa semana.
Adorei a matéria, muito linda a homenagem as mamães.
É engraçado o quanto só reparamos o bem que nossas mães fizeram, enquanto eramos criança, depois que viramos adultos. Eu só entendi os NÃOS que minha mãe me dava, depois que comecei a ter mais responsabilidade e que casei. Essa figura que foi e sempre será tão importante na minha vida e que a tenho como meu maior exemplo de como uma mãe deve se comportar.
Assim como a Camila, sou grata pela existência da minha mãe e o quanto ela me amou e continua me amando, apesar de morarmos em casa separadas, e detalhe, continua cuidando de mim. :)
Mi,
Adorei o texto!! A diferença entre o SER e o ESTAR é muito grande, e tem muita gente confundindo isso.
Super beijo!!
Thiago