Publicado em 26 de fevereiro de 2013
Uma coisa que minha mãe, junto com nutricionistas e endocrinologistas, sempre tentou me explicar e não conseguiu até hoje é qual a diferença entre a fome verdadeira e a simples vontade de comer. Atire a primeira pedra quem nunca descontou na comida a ansiedade, estresse, frustrações e problemas diários!
(Nem vou citar a depressão em si, porque aí a coisa fica mais séria)
Li recentemente em uma matéria do UOL Notícias que “o desequilíbrio emocional pode gerar uma queda no nível de serotonina no organismo” e que esse neurotransmissor, responsável pela sensação de bem-estar, “é produzido pelo corpo quando açúcares são ingeridos”. Isso faria com que as pessoas comessem simplesmente para tentar preencher o vazio emocional e se sentir melhor.
Olha aí minha vontade de comer doces vindo à tona!
Na verdade, segundo a reportagem, nós buscamos em alimentos gordurosos – como fast foods, chocolates, sorvetes e doces – a sensação de bem-estar que está faltando. Quem nunca?
Por outro lado, a fome “verdadeira” resultaria de alguma coisa beeeeem mais simples: a necessidade fisiológica do organismo de obter nutrientes. Algum tipo de “gatilho” dispara quando a nossa taxa de açúcar no sangue fica baixa. Com isso, o cérebro “entende” que o combustível está acabando e, então, envia sinais pro corpo. Aí o estômago ronca, a cabeça dói, etc.
Substituindo afeto por comida
Aprendi na matéria que, “do ponto de vista psicológico, a ligação entre emoções e comida começa quando ainda se é bebê, muito antes de qualquer desequilíbrio químico no organismo”. Como sempre, a culpa é da mãe! #brinks
Seria algo mais ou menos assim:
Bebê: Ato de mamar –> sensação de afeto e proteção
Na vida adulta: vazios emocionais –> necessidade de alimento
Como fazer então quando existe a ligação também com as lembranças? Sabe aquele cheirinho do bolo saindo do forno na casa da avó e o carinho que saborizava cada pedaço?
Ah! Quem coseguiria, no ponto mais alto de uma desilusão amorosa, do estresse ou da simples baixa autoestima não querer voltar a se sentir acolhido pelo colo da mãe ou o sabor do carinho da vovó?
Bateu a culpa
Também aprendi na matéria que, quem tem nas emoções um gatilho para comer, “cai num círculo vicioso de culpa e baixa autoestima”.
Uma coisa mais ou menos assim:
Emoções mal direcionadas –> comer demais –> obesidade –> frustração, complexos, carência, solidão, isolamento intencional –> culpa por comer demais –> comer ainda mais para superar a culpa –> emoções mal direcionadas –> …
A solução
Para quebrar esse “círculo vicioso da comida”, segundo a reportagem, o certo seria se tratar com multidisciplinar que inclui médico, nutricionista e terapeuta. Esse time de especialistas seria responsável por acompanhar a dieta, os horários e ajudar a observar os gatilhos emocionais que geram a vontade de comer.
Aaaaaah, tá! Então, tá tudo certo!
Errado!
Falem a verdade: quem aí realmente (do fundo do coração) está no clima de abraçar a equação “alimentação balanceada + exercícios físicos + vida regrada”?
Sabe o que acontece então? As pessoas acabam optando pela via mais simples: remédios. Uma substância para baixar a ansiedade aqui, outra para reduzir o apetite acolá, mais uma para “se sentir bem”, para “ajudar a dormir”… e, nos momento de emoções mais fortes, alga coisinha para “ficar mais calma”.
Afinal, como disse no início desse texto, a chave da questão seria o tal “desequilíbrio emocional”, que pode gerar uma “queda no nível de serotonina no organismo” e esse neurotransmissor (responsável pela sensação de bem-estar).
Sendo assim, é melhor a gente parar de comer para tentar preencher o vazio emocional e se sentir melhor tomando remédios, não é? Todo mundo fica magrinho e feliz! Ou será que não?
Obs: Cuidado, o parágrafo acima está cheios de ironia! ;-)
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