Publicado em 17 de abril de 2013
Quem vê o mascote da fabricante de pneus Michelin (aquele bichinho branco cheio de dobras que lembra o Stay Puff) deve achar que gordinhos são bem-vindos na empresa. Na prática, porém, não é bem assim: os funcionários obesos da Michelin North America (filial da empresa nos Estados Unidos) vão ter que perder uns bons quilos ou serão obrigados a gastar mais dinheiro com seus planos de saúde.
Antes de mais nada, uma explicação sobre como isso funciona nos Estados Unidos: as empresas norte-americanas podem dar incentivos financeiros aos funcionários como forma de ajudá-los a pagar os planos de saúde. A Michelin, por exemplo, dava um crédito de US$ 600 para todos seus funcionários e um valor extra para quem participava de um programa voluntário de boa forma.
O problema é que os custos de saúde da empresa aumentaram bastante em 2012 e eles decidiram que, a partir do ano que vem, só vão dar essa “ajuda de custo” para os funcionários que tiverem níveis saudáveis de pressão arterial, glicose, colesterol e trigligerídeos, além de uma cintura menor que 100 centímetros (no caso dos homens) e 90 centímetros (no caso das mulheres). Serão três categorias de “pré-requisitos” que permitirão aos funcionários receberem até US$ 1.000,00 para bancar as despesas com saúde.
Aos gordinhos, resta pagar o plano de saúde sem nenhuma ajuda da empresa ou se inscrever em programas de orientação de saúde. Defensores dos funcionários afirmam que essa atitude seria uma forma “disfarçada” de promover cortes salariais. Já a Michelin se defende afirmando que está agindo dentro da lei norte-americana, que permite que as empresas podem definir recompensas ou penalidades relacionadas à saúde dentro do limite de 20% do custo da cobertura de saúde do funcionário.
Além disso, a Michelin também afirma que não há nenhum tipo de discriminação porque essa política é voluntária. Ou seja, na visão da epresa, se o funcionário não participar do programa de orientação de saúde, será porque ele não quer, o que isentaria a Michelin de qualquer obrigação.
Essa, inclusive, é uma tendência nos Estados Unidos. Segunda uma pesquisa, cerca de 60% dos empregadores dizem que pretendem penalizar nos próximos anos os funcionários que não busquem melhorar sua saúde. Outra pesquisa afirma que o número de empresas que planejam sanções contra os empregados obesos subirá para 36% já em 2014.
O que você acha dessa política? Concorda? Discorda? E se fosse no Brasil?
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Fonte:
Quando alguns quilos a mais doem no bolso do empregado
Concordo, claro! Toda e qualquer iniciativa (por mais estranha que possa parecer num primeiro momento) que incentive a saúde pode e deve ser posto em prática.
Eu tb concordo, porém creio que seria mais justo se a Michelin tb tirasse pontos de quem é fumante e de quem ingere bebidas alcoólicas habitualmente.