Publicado em 22 de agosto de 2017
Escolhida Miss Brasil 2017 em um evento entediante (falaremos sobre isso mais tarde), a estudante de administração Monalysa Alcântara (18 anos), Miss Piauí, deixou para trás outras 26 adversárias e levou para casa a faixa, a cora, alguns prêmios – carro, joias, contrato publicitário… – e um monte de ataques racistas e elitistas como este ao lado.
Sério, gente? Ainda estamos tendo que lidar com isso?
Monalysa é a terceira negra a ser coroada “a mulher mais bela do Brasil” e as pessoas ainda têm coragem de vir a público vomitar ignorância? Na maioria, os comentários lamentavam o fato dela ter deixado para trás a gaúcha — e branca — Juliana Mueller, segunda colocada. Em terceiro, ficou Stephany Pim, do Espírito Santo. Por sinal, essas duas não estavam entre as minhas concorrentes preferidas.
Posso falar? Nem a própria Monalysa estava entre a minhas apostas antes do programa. Mas ela foi me ganhando ao longo da transmissão do concurso. Na fase de perguntas e respostas, rolou uma afinidade quando ela afirmou: “Serei eu mesma: uma mulher nordestina, que passou por diversas coisas, muitas dores que fizeram ser quem eu sou hoje”.
De acordo com informações divulgadas pela organização do concurso Miss Brasil, a Miss Piauí tem uma ligação forte com temas que envolvem empoderamento feminino. Por ser uma mulher negra, ela conta que passou por situações preconceituosas que a fizeram amadurecer e superar as dificuldades com determinação. Diante dessas credenciais, pouco me importam o 1,77m, 57 kg, cintura 69 cm, quadril 95 cm e busto 87 cm de Monalysa.
Para ela, só posso dizer: vai brilhar nas passarelas do Miss Universo, sua linda! Cale a boca desses imbecis com a sua beleza de mulher empoderada.
Evento entediante
Como todos sabem, o concurso Miss Brasil 2017 foi realizado na noite do último sábado (19/8), no Teatro Vermelhos, em Ilhabela (SP). Em bom português… vou falar uma coisa pra você… que evento burocrático, frio e entediante. Parecia “festa da firma”.
Em vez das subcelebridades analisando as candidatas, figurino, cabelo e desenvoltura, num clima de “comentaristas do Oscar”, tivemos um apresentador morno: Cássio Reis. Em vez dos números de dança que nos divertiam com a falta de destreza das participantes, recebemos como prêmio de consolação a bela voz de Marina de La Riva (não poderíamos ficar com as duas coisas?).
Alguém pode me explicar por que resolveram introduzir coisas sem sentido como candidata ganhando “uma vida” e voltando depois de ser eliminada? É videogame? Ou ainda: voto aberto dos jurados? Estão com medo de coroar a pessoa errada, ou de alguém abrir uma CPI do Miss Brasil e pedir recontagem de votos?
Ah! Tem mais! Cadê o desfile de trajes típicos???? E onde estava a torcida na plateia??? Lamentável…
Eu que ADORO assistir às transmissões do concurso, fui dormir com uma sensação de “foi só isso”? Que pena. Monalysa merecia mais… e nós também!
Deixe uma resposta