Publicado em 19 de março de 2018
As mamães sonham em ver seus filhotes comendo de tudo, para crescerem saudáveis e fortes. Para que isso aconteça, é um tal de empurra brócolis daqui, couve picadinha dali, vitamina de banana de lá…
A verdade é que a introdução alimentar é uma assunto muito importante e que pode ter reflexos por toda a vida. Por isso, conversamos com a nutricionista Ariane Bomgosto. Com ampla experiência em nutrição comportamental infantil, ela é a pessoa certa para nos falar sobre as dificuldades alimentares das crianças e como as mamães podem auxiliar na construção de relação mais consciente e saudável com a comida.
De acordo com a especialista, não existem “vilões” ou “mocinhos” quando falamos de nutrição infantil. “O que podemos falar é em diferentes alimentos para os diversos momentos da vida. Assim, alguns são mais adequados à rotina do dia a dia, enquanto outros devem ser deixados para ocasiões como festinhas, finais de semana ou viagens”, explica.
Porém, ela ressalta que a fase de introdução requer cuidados especiais. Isso porque esse é o momento de apresentação da criança aos alimentos. Isso significa um mundo novo a ser descoberto e desvendado. “É uma grande oportunidade para os pais que desejem ajudar seus filhos a construírem uma relação saudável e prazerosa com a comida”, alerta.
Um exemplo de alimentos que podem dificultar essa fase de introdução alimentar são aqueles industrializados. Por isso, Ariane listou oito razões para você não oferecê-los ao seu filho:
1 – Desenvolvimento do paladar: esses alimentos costumam conter conservantes, temperos artificiais, sal ou açúcar.A melhora maneira de ajudar no desenvolvimento do paladar nesta fase é investir em papinhas caseiras, com alimentos frescos e naturais, sem adição de açúcar, sal em excesso ou outros aditivos industrializados.
2 – Criação de relação com a comida: os alimentos industrializados perdem características como frescor, vida, cor, textura e cheiro dos diversos alimentos. Com isso, pode haver prejuízo no contato da criança com comidas frescas, o que pode levar à uma relação distante com o universo dos alimentos.
3 – Aporte nutricional: alimentos industrializados têm prejuízo no valor nutricional em relação aos alimentos naturais. Com isso, a quantidade de nutrientes necessária à esta fase da vida pode ficar deficitária.
4 – Prejuízo no desenvolvimento dos sentidos usados na hora de comer, como paladar e olfato: comidas industrializadas perdem muito em relação à preservação do real sabor e cheiro dos alimentos.
5 – Pouca participação dos pais no respeito à individualidade às preferências alimentares da criança: comidas industrializadas são produzidas em larga escala, já a caseira pode ser adequada às individualidades fisiológicas e comportamentais da criança.
6 – Possibilidade de usar a comida para a prevenção de problemas decorrentes da alimentação inadequada: comidas industrializadas, têm, por suas características nutricionais, maior potencial para desencadearem problemas como alergias alimentares ou obesidade infantil.
7 – Corpo saudável: este é um período para dar ao ao organismo da criança a possibilidade de formar órgãos e sistemas saudáveis. Os alimentos frescos e naturais influenciam na criação de corpo com funcionamento saudável.
8 – Obesidade infantil: há relação entre a qualidade da alimentação e a ativação ou silenciamento de genes do DNA da criança. A comida industrializada, nesta fase, pode contribuir para “ativar” genes com predisposição para o desenvolvimento de quadros de sobrepeso ou obesidade na infância, por exemplo.
Veja a lista dos alimentos que são contraindicados na fase de introdução alimentar:
Açaí, Açúcar, Amendoim, Café, Carne Vermelha, frios, embutidos e enlatados, Condimentos e temperos fortes (açafrão, canela, noz moscada, pimenta, vinagre), Frutos do mar, Leite de vaca e derivados, Palmito, alimentos em conserva, Soja e derivados, Trigo, cevada e centeio, Chocolate, Balas, Chicletes, Refrigerantes e Carnes gordurosas.
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