Publicado em 03 de agosto de 2008
Se engana quem pensa que depois da cirurgia é impossível engordar de novo. E nem mesmo me refiro às pessoas com mais de dois anos de operadas, tô falando de gente que operou recentemente, tipo este que vos fala.
Quando estive em São Paulo no mês de abril, mesmo não conseguindo comer em quantidade, comi muita coisa pouco recomendável. Estou falando de pizzas gordurosas, sanduíches altamente calóricos e toda uma variedade de cafés… alguns até mesmo me causaram dumping. Engordei cerca de três quilos nos meus dez dias em sampa, mas foi só voltar pra casa, e para o ritmo normal de vida, que, em uma semana, perdi cinco.
Nessa viagem para Manaus as coisas não foram diferentes. Porém, como o prato típico amazonense é peixe, acabei engordando apenas um quilo dessa vez. Francamente, até me surpreendi por ser tão pouco, pois mergulhei de cabeça nos pratos típicos e sabores exóticos da floresta.
Experimentei o famoso tucupi no tacaca (ou será tacaca no tucupi). É basicamente uma sopa esquisitona com umas folhas fortes no meio, além de um ou outro camarão pra dar a liga. Pessoalmente, não gostei muito, mas também não é tão ruim quanto as frutas típicas da região.
Sim, odiei o doce de cupuaçu, achei o sorvete de açaí com gosto de terra suja e a tal da tucumã só não é totalmente detestável porque é servida junto com queijo coalho. A única exceção nessa regra é a infame pupunha. Apesar do seu aspecto esquisito, o gosto é similar ao do bom e velho milho cozido. Além disso, a pupunha também é servida quente e acompanhada de manteiga e sal, não tinha como não curtir.
Os peixes são um caso a parte. Comi um tambaqui a escabeche sensacional, bem melhor do que a sua versão mais simples, o tambaqui frito. O tucunaré também é maravilhoso. Por se tratar de um peixe nobre da amazônia, uma posta das boas pode custar até R$ 100,00 nos restaurantes. Não curti muito a caldeirada de pirarucu (ou “caldeirada de lá ele” caso você more na Bahia) mas o “filézinho de lá ele” (ou pirarucu para os não-baianos) é muito bom! As espinhas continuam sendo um problema, mas o pessoal de Manaus está tão acostumado com isso que já sabem como cortar o peixe do jeito certo para eliminar a maior parte delas.
Mas uma coisa que me surpreendeu na capital do Amazonas foi a grande quantidade de restaurantes servindo “picanha no bafo”. Imaginei que, pela própria dificuldade de acesso, a carne bovina não seria muito consumida por lá, ledo engano. Fui num dos melhores da cidade, o PicanhaMania, duas vezes e sai de lá tão empolgado que até deu vontade de abrir uma casa dessas aqui em Salvador.
Os manauaras realmente comem bem, isso não há como negar.
Fim da Parte II
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Leia também:
Crônicas Manauaras – Parte I
Crônicas Manauaras – Parte Final – A Natureza
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