Um gordo de raiz no altar – parte 1: bufê livre

Lucio Luiz
@lucioluiz

Publicado em 11 de novembro de 2010

Gordo de Raiz, por Lucio Luiz

Chega uma hora na vida de todo homem que ele tem que se tornar uma pessoa séria e um membro respeitável da sociedade. Como nenhum homem jamais conseguiria ser sério e respeitável por iniciativa própria, inventaram o casamento. E chegou a minha vez de me encaminhar para o enlace matrimonial depois de dez anos de namoro.

Pois é, gordos também casam. Embora volta e meia tenhamos a impressão de que as pessoas casam magrinhas e ficam gordas depois (bom… é o que acontece na maioria dos casos, lamento), gordos também podem casar já gordos (mas sem muita esperança de ficarem magrinhos depois, já que a lógica só funciona para um lado).

Embora já tenha estado fora de moda (está voltando!), casar tem vários lados bons. O primeiro é mais óbvio é que dá uma sensação de que tornamos “oficial” um relacionamento. Tudo bem que nem sempre os casamentos são motivados pelo amor, mas não ligo pra isso. Eu vou casar com a pessoa que eu amo e que escolhi para passar o resto da vida comigo. Simples assim.

Tudo bem que preparar um casamento dá um trabalho absurdo. Felizmente, são as mulheres que têm a maior parte desse trabalho. Aos homens, resta o papel de ficar no cantinho desenhando bonequinhos de palito com o lápis de cor pra não atrapalhar.

São muitos detalhes que precisam ser vistos e, a cada problema que se resolve, surgem outros três ou quatro que nem imaginávamos que poderiam existir. Convite, fotografia, lista de convidados, decoração, salão de festas, buquê, pajem, aliança… Cada tópico se desdobra em centenas de outros, numa sucessão de escolhas mais complicada que optar por molho barbecue ou mostarda para os nuggets.

Mas nem todas as decisões são desagradáveis. Há, inclusive, determinados momentos em que os gordinhos que resolvem casar perguntam por quê não fizeram isso antes: a degustação do bufê que será servido na festa!

É, meu caro amigo gordinho que anda enrolando a namorada, noiva ou congênere. Se seu medo de casar é por causa da trabalheira que dá, você não tem motivo algum para deixar a moça encalhada. Não apenas os homens podem bancar os bobos e fugir das decisões mais sérias como ainda rola boca livre, mermão!

Vejamos, então, o que temos pela frente: Bufê do salão de festas (salgadinhos, docinhos e, se bobear, jantar), bem-casados (um dos docinhos mais bizarros do mundo, mas ainda assim gostoso) e o bolo de casamento (melhor que qualquer bolo de aniversário, já que vem numa frequência beeeem menor). E como ninguém contrataria um serviço sem conhecer o produto oferecido, dá pra encher a pança a cada salão de festas ou doceira que visitar.

Ainda lembro da minha primeira degustação de bufê. A cada meio minuto chegavam novos salgadinhos. Pegava dois disfarçadamente até que me falaram que eu poderia pegar à vontade sem problemas. Passaram a ser cinco de cada vez (pra ter certeza, oras, quero o melhor pros meus convidados). Depois, vieram os docinhos. O fechamento foi com um prato de massa delicioso.

Dependendo do seu nível de cara de pau, dá pra fazer esse teste em vários salões. A justificativa é simples: “Preciso ter certeza de que vou escolher o melhor”. Se bobear, você até vai emocionar sua noiva por demonstrar tanto interesse na organização do casamento (mas como provavelmente ela te conhece bem, não vai colar).

Então, é isso. Peça logo sua cara-metade em casamento. E faça isso antes do próximo texto sobre o assunto, já que você não vai querer saber como um gordo cabe num terno antes de ouvir o “sim” de sua amada.

Imagens gentilmente cedidas pelo fotógrafo Gustavo Vanassi

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4 respostas para “Um gordo de raiz no altar – parte 1: bufê livre”

  1. Sobre o último parágrafo, que nada, um bom terno é um ótimo amigo de um gordo, desde que adaptado para suas medidas, é claro! No auge da minha obesidade, ao botar um terno para ir a um casamento milagrosamente eu ficava bem apessoado de novo! :D Com um pouco de cara de mafioso gordo, mas bem apessoado.

    A não ser que você decida caber num terno menor, aí só tem um jeito: sofrer.

  2. Mi disse:

    Óoooooooooooooooooooo que liiindo, tio Lucio!

    By the way, nosso presente chegou aí?

    Muitas felicidades pra vocês, de coração!

    ***

    P.S. Vamos ver se depois deste post, tio Flavio não resolve casar comigo, hihihi!

  3. Carolina disse:

    É divertido mesmo, embora trabalhoso. Também estou contratando serviços de casamento. Adorei as degustações e achei o buffet que escolhi tão bom que estou ansiosa para comer no meu próprio casamento.

  4. Leo Luz disse:

    Hahahahahaha….

    Não sei para que enrolar tanto, Kell e eu estávamos há 2 anos de namoro e eu já lhe pedi em casamento. Tudo bem que vamos passar pela fase do noivo/noiva, mas ainda sim, vamos casar! :P

    Felicidades aos dois e tudo de bom e do melhor para vocês!

    PS: Tio Flavio poderia mesmo anexar na viagem neh? :P

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