Livro infantil fala sobre menina que faz dieta e cria polêmica

Lucio Luiz
@lucioluiz

Publicado em 13 de setembro de 2011

Um livro infantil voltado para crianças de 4 a 8 anos está causando uma grande polêmica antes mesmo de ser lançado: Maggie Goes on a Diet (algo como “Maggie entra de dieta”) fala sobre uma menina de 14 anos obesa e deprimida com seu peso que começa a fazer dieta e se torna uma menina mais feliz e popular.

Alguns especialistas estão criticando o livro por causa de sua proposta básica: Crianças pequenas podem entender errado a mensagem do livro e achar que devem fazer dietas sem acompanhamento, correndo o risco até de desenvolver distúrbios alimentares. Sem contar o fato de que posiciona uma garota obesa como uma pessoa deprimida, que só consegue ser feliz ao ficar magra.

Obesidade infantil é assunto sério, mas a forma de discutir isso com crianças é mais sério ainda. Não pretendemos julgar o livro sem lê-lo (certamente ele ganhará uma resenha no Papo de Gordo assim que adquirirmos um exemplar), mas, baseado no resumo oficial que está na Amazon.com, parece que o tema está realmente sendo tratado de forma leviana. Confira:

“Este livro é sobre uma garota de 14 anos que começa uma dieta e se transforma de uma pessoa extremamente acima do peso e insegura em uma garota de tamanho normal que se torna a estrela do time de futebol da escola. Com tempo, exercícios e trabalho duro, Maggie se torna mais e mais confiante e desenvolve uma autoimagem positiva”.

A contestação dos especialistas é exatamente por conta disso: Parece que o livro trata o problema da obesidade infantil pelo aspecto estético e social. A menina não quer emagrecer por ter problemas de saúde, mas porque é insegura e tem baixa autoestima. Isso pode passar uma mensagem muito perigosa para crianças pequenas, especialmente se esse comportamento for reforçado pelos pais.

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Fonte:
Livro infantil sobre menina obesa que resolve fazer dieta causa polêmica

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29 respostas para “Livro infantil fala sobre menina que faz dieta e cria polêmica”

  1. Paula disse:

    Eu achei triste. Afinal, as crianaças precisam entender que obesidade é, antes de mais nada, uma questão de saúde e incentivar o emagrecimento por mera estética não resolve o problema (crescente entre jovens e crianças).

    Paula

  2. Cara, que temática tensa. "Tensa" pela forma como está sendo abordada. Se comprovada a forma como o assunto está sendo tratado, esse livro vai passar mesmo muitas idéias erradas para os pequenos. É preciso haver um estudo e uma sensibilidade maior para tratar disso com crianças. Será que há psicólogos ou profissionais relacionado à área, como pediatras, envolvidos nessa produção?

  3. Claudio disse:

    Achei ridiculo.

    Sério, isso vai fazer mais pessoas infelizes no mundo.

    Distúrbios alimentares nascem dessas ideias implantadas na mente das pessoas.

    As pessoas devem estar saudáveis mentalmente…

  4. Bruna disse:

    Ridículo. Qual o objetivo falar que o magro é bem sucedido e o gordo não? Ou criar um monte de crianças e adolescentes com distúrbios alimentares? Futilidade pura!!! O preconceito contra o gordo existe e isto me deixa muito irritada!

  5. ZeroleO disse:

    Que hipocrisia do k7! Os valores que o livro parece ensinar são os que a sociedade obedece atualmente. Saúde virou o bode expiatório pra busca pelo corpo perfeito, se saúde fosse o foco ninguém se entupiria de substâncias nocivas a mesma.

  6. Ronald disse:

    É complicado você saber a medida em que você aborda esse tipo de tema. Mas com certeza não é fazendo uma criança gorda e deprimida virar uma anoréxica popular que se resolve o problema de obsidade infantil no mundo. É como uma miss dizer que quer a paz mundial comendo ervilhas. Esse tipo de abordagem mostra os valores imediatistas e disformes aos quais estamos expostos. Onde fica a saúde? Em segundo plano? Pois o mais importante é ser magra e popular (assistam ao filme 13, ou Thirteen de 2003). Pra que ser inteligente? Pra que ter força de vontade? Pra que escolher a saúde? Óras! Sejamos todos magros e bonitos. E os feios? Bem, se f******* mais uma vez.

  7. Calista disse:

    Caracas, o que é ser "normal"? Tenho uma prima, bem magrinha por sinal, que vira e mexe para de comer porque não quer ficar gorda, minha tia fala que não tem exemplo em casa, mas ela (a tia) sempre tá de regime e vira um espelho pra filha claro.

    Classificar uma pessoa gorda de anormal é terrível pra um adulto, imagina os traumas que isso podem trazer pra uma criança.

    Bem que o livro podia focar na alimentação saudável ou coisa assim né!

    Uma pena ver que o preconceito só aumenta.

  8. Ana Paula disse:

    Sou estudante de nutrição e pelo ponto de vista de uma profissional da saúde, a primeira coisa que veio na minha cabeça foi: "onde é que este mundo irá parar?"

    a primeira coisa é que crianças não fazem dieta, nunca, jamais, em hipótese alguma, pois uma restrição calórica leva a um comprometimento do desenvolvimento.

    Segundo que realmente a temática do livro é absurda, emagrecer não por problemas de saúde ,apenas estética e popularidade?

    O pior disso tudo é que é direcionado a pessoas em que a personalidade ainda está se formando, já temos tantas influências negativas na mídia sobre saúde/alimentação/beleza, precisa mesmo que um livro faça isso também?

    Deveria ser proibido.

  9. Ronald disse:

    Se fosse na Idade Média ela seria gostosa.

  10. Se fosse na Idade Média ela seria gostosa. [2]

  11. Gabi disse:

    Se fosse na Idade Média ela seria gostosa. [3]

    • João Santana disse:

      Nem precisa ir tanto no passado assim. Ainda na Renascença o padrão de beleza era a mulher

      "acima do peso", de seios fartos e quadris largos, que indicavam uma mulher capaz de gerar

      (ainda não se tinha total certeza sobre a colaboração do homem no processo) filhos fortes e

      saudáveis. Apenas com a Revolução Industrial e o Século XIX é que o padrão mudou.

  12. Sem ter lido o livro, parece uma forma totalmente inadequada de tratar o assunto.

  13. Carolina disse:

    Eu não gostei. Todo mundo sabe que o jeito mais fácil de desenvolver transtornos alimentares é fazendo regime. O livro poderia abordar uma mudança de hábitos gradual e resultados positivos.

  14. Eu não sou hipócrita, nem "chapa-branca". Sempre fui obeso, então falo com propriedade e por experiência própria: só membro do Greenpeace gosta de abraçar baleia!

    A dura realidade é que 99% da população atual (jovem ou não) é fútil e materialista. Todos frutos de décadas de intensa e vasta manipulação mental por parte de vários ramos de uma mídia insensível e Capitalista.

  15. Rodrigo disse:

    Concordo plenamente com o "ZeroleO". Hipocrisia do kct.

    Como ex-gordo e gastroplatizado, hj normal, acho q tenho otoridade pra argumentar. É EVIDENTE e todas as campanhas já tratam dos problemas de saúde dos obesos. E qual o problema de um livro falar a VERDADE sobre os conceitos sociais que envolvem os gordinhos? Ou é alguma mentira que uma pessoa magra é "mais auto-confiante e tem uma auto-imagem mais positiva", como diz a resenha?

    Emagrecer por saúde ok, mas qual o problema em emagrecer pra fazer parte da "população normal", sem ter destaque pelo sobrepeso? Pra ser mais aceito? Pra ter mais auto-confiança? Nao vejo problema nenhum nisso. O motivo, cada um tem que saber o seu. Se é criança gordinha, emagreça seja lá por qual motivo for, desde que consiga perder peso. E o que motiva mais uma criança, falar sobre saude ou sobre o aspecto social?

    Daqui a pouco vão dizer que quem é gordo não quer emagrecer, só falta isso agora. Repito, hipocrisia do kct. Eu sei bem o que passei e olha que aproveitei mto bem a vida apesar do peso, não tenho do que reclamar. Já a vida com peso normal é INFINITAMENTE melhor e mais fácil, pra tudo. Não dá pra comparar.

    Abcs,

    Rodrigo

    • Lucio Luiz disse:

      Você leu o texto e entendeu que o livro é voltado para crianças muito pequenas? Pergunte a qualquer pedagogo sobre o quanto ideias preconcebidas podem prejudicar a formação de crianças, afetando de forma muitas vezes irreversível toda sua vida adulta.

      Ninguém está dizendo que não se deve emagrecer. Apenas deixando claro que não se deve emagrecer pelos motivos errados. Se alguém precisa emagrecer para ter mais autoconfiança, tenho pena dessa pessoa.

      Além disso, não se deve acusar de hipócrita quem tem uma visão diferente da sua. E nem classificar como verdade única a SUA verdade. Até porquê ser magro não torna ninguém automaticamente autoconfiante e com autoimagem positiva, como você afirmou. Se fosse assim, só gordos sofreriam de depressão ou cometeriam suicídio, por exemplo.

      Por fim, é MUITO perigoso dizer que uma criança tem que emagrecer "seja lá por qual motivo for". Esse tipo de pensamento pode gerar problemas psicológicos muito complicados. Se houver uma pressão dos pais sobre uma criança para emagrecer pra ficar "bonitinha", por exemplo, e a criança tiver um biotipo que não permita alcançar essa "forma idealizada", isso pode gerar distúrbios sérios como anorexia ou bulimia.

      Obesidade infantil é um problema muito sério para ser tratado de forma leviana.

      • Rodrigo disse:

        Caro Lucio, tdo certinho? Antes de responder, permita-me esclarecer que respeito muito a sua opinião até pelo seu trabalho, que é justamente educar.

        Voltando ao ponto, entendi sim que o livro é voltado para crianças. Mas acho que chama atenção apenas por ser um LIVRO, ao passo que todo o resto ao redor, de bonecas à programas de televisão, revistas, personagens e tals, levam para o mesmo entendimento. E nem por isso sofrem tamanho destaque.

        Ideias preconcebidas, nesta fase da vida, são ensinamentos passados. Não se espera que uma criança tenha opiniões formadas. Cabe a nós dar os fundamentos, as bases para que no futuro, adolescência e fase pré-adulta, eles decidam e formem suas próprias opiniões. Não sei se felizmente ou infelizmente, o ser humano nesta idade recebe 90% das informações, e codifica apenas os outros 10% com bases próprias. Afinal, é uma criança. Pensa, age como tal.

        Chamei a sociedade de hipocrita, não apenas os que tem visão diferente da minha. E continuo achando, que independente do motivo, busca-se o melhor para cada um. E isto leva sim ao fato de estar no peso correto. Se foi por saúde, blz. Se foi por vaidade, blz também. Mas concordo com voce que é importante focar no MÉTODO para se chegar a tal peso ideal, para evitar os distúrbios. Agora se foi pelo motivo X ou Y que a pessoa emagreceu, ao meu ver é irrelevante. Importante é estar no peso correto, e a partir daí ter menos chance de ter problemas de saúde.

        Vejo este ponto como uma analogia local ao fato de ser rico no brasil ser considerado "pecado". Ficar magro por buscar a beleza (padrão, apesar de ser questão pessoal) vai pelo mesmo caminho. Quer dizer que se uma pessoa emagrece só pra ficar mais bonita é pior ou mais problemático do que quem emagrece apenas pela saúde? Sorry por entrar nesse mérito que não é o foco da matéria, mas aproveitei pra discorrer sobre o tema.

        E reiterando, respeito muito a sua opinião sobre o tema. E respeito mais ainda as opiniões contrárias às minhas, pois é com elas que aprendo mais. Jamais levo para o lado pessoal.

        Abcs,

        Rodrigo

        • Rodrigo disse:

          Em tempo, pelo review, "Through time, exercise and hard work", parece que eles mostram o método correto (pelo menos para uma primeira tentativa) para o emagrecimento.

        • Lucio Luiz disse:

          Vamos fazer o seguinte: Vou esperar o livro sair oficialmente, o analisarei detalhadamente e aí prosseguimos a discussão com bases mais sólidas sobre o que exatamente está sendo apresentado no livro, combinado?

    • Carolina disse:

      Rodrigo, eu nunca fui obesa mas já fui gorda e emagreci. Só que eu, e muita gente que conheço, só conseguiu ficar estável na vida adulta. Fazer regimes restritivos é uma coisa terrível e muita gente que quer perder uns poucos quilos desenvolve sérios transtornos depois que começa.

      Emagrecer não é errado nem ruim, é bom, mas no caso de crianças seria melhor abordar a situação sem terrorismo do tipo "ninguém nunca vai gostar de você assim".

      Por fim, se eu tivesse um filho ou filha pequeno/a gordo/a não daria esse livro.

      • Rodrigo disse:

        Oi,

        “ninguém nunca vai gostar de você assim”. Não é verdade, ok.

        Mas se a verdade é "a maioria das pessoas não vai gostar de voce assim", ao meu ver isso deve ser dito SIM para a criança. Como respondi ao Lucio, emagrecer é o ponto e o motivo para mim não faz diferença. Já o método, faz e muita. Então associar o livro a uma reeducação alimentar nesta fase seria o interessante.

        Junto dos conceitos de valores, ética e tudo o mais, acho que devemos sim dar para a criança os conceitos sociais, talvez até explicando que eles não se misturam (gordo não quer dizer baixa estima, por ex, mas que apenas tem mais chance proporcionalmente de ter, fato OMS).

        Enfim, eu também não daria o livro mas porque o que passarei para ele seria até mais enfático do que o que o próprio livro traz. Sem terrorismo, mas também sem maquiar e apresentar um ser humano utópico que desconsidera o peso/layout como fator social, e o faz desde a infância.

        Abcs,

        Roddrigo

        • Lucio Luiz disse:

          O motivo faz muita diferença, sim, já que dependendo do motivo podem ser buscado métodos "discutíveis" ou até o desenvolvimento de distúrbios alimentares para se alcançar tal ou tal objetivo.

          Sobre sua opinião sobre a depressão, ela está equivocada. A depressão ocorre com mais incidência em "pessoas com casos de depressão na família, usuários de drogas, medicamentos e álcool, e mulheres nos dezoito meses seguintes a um parto" – fonte: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/pergunta

          Mas, como disse anteriormente, vou esperar o livro ser publicado para que eu possa lê-lo e analisar de forma mais precisa. Apenas traço um paralelo que acho que se aplica a seu caso: Você diz que passaria informações de forma mais enfática por conta do que passou, correto? Acho justo. Mas isso se assemelha a, por exemplo, uma pessoa que foi infeliz no casamento e outra que é feliz. Cada um vai dar opiniões diferentes sobre o assunto para um amigo que pretende se casar. Um afirmaria que sua vivência o permite falar claramente que o casamento é uma "coisa péssima". O outro, pelas mesmas razões, falaria que é uma "coisa ótima". Nenhum dos dois estaria errado em essência, mas seriam muito superficiais por usarem única e exclusivamente a própria vivência para determinar uma verdade absoluta, já que cada caso será um caso.

  16. Ricardo Ferro disse:

    Beleza, Lúcio.

    Minha filha tem 5 anos e meio e é magrinha. Há um tempo, assustei-me com ela dizendo que se achava gorda, que a barriga dela tinha crescido. Em algum lugar, em algum momento recente, ela ouviu alguém recriminando uma coleguinha gordinha por estar comendo demais e tomou aquilo como recado para não engordar.

    Como não conseguimos controlar o tempo todo as coisas que ela ouve – as professoras na escola, as serventes da escola, os coleguinhas na sala de aula que trazem informações de suas próprias casas – passei a ter o cuidado de não usar a argumentação "comer muito"/"comer pouco"/"engordar"/"emagrecer" para falar de alimentação com ela. Sempre procuro apontar a relação comida saudável/atividade física.

    Ela me perguntou porque eu estava gordo. Expliquei que eu estava comendo normalmente, mas como eu não fazia atividade física alguma, engordava. E ela, como brinca, corre, pula, nada, não precisava se preocupar com isso. Só quando ficasse beeeeem velha e parasse de fazer exercícios, se movimentar, brincar.

    Até lá, espero, ela já terá maturidade para entender melhor os aspectos dessas relações.

  17. Gisele disse:

    Lamentável… já não basta massacrarem as crianças com um banco de mensagens consumistas e levianas ainda querem criar uma geração anoréxica… lamentável…

  18. Ricardo disse:

    Emagrecer tendo como motivo principal melhora da auto-estima é errado?

    Não concordo com o livro por tratar de um assunto inadequado para crianças ainda mais focando em estética e não em saúde , porém, acho que entrar em uma dieta e emagrecer por não se sentir bem com sua aparência algo normal.

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  21. Maria Rafaella disse:

    61 k, estudante do 3 ano do ensino médio de Rio Tinto- PB.
    Achei que a proposta desse livro é muito ofensivo a todos que estão acima do peso, quando li o resumo, me pareceu que o livro diz que você so vai conseguir uma boa imagem sua se você estiver dentro dos padrões da sociedade.
    Não acho que ele passa outra mensagem, realmente eles acham que uma criança vai entender isso? Acho que pode causar problemas na cabeça delas

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