Gordinhas x modeletes: que tal as misses do anos 1980?

Maira Moraes
@maira_moraes

Publicado em 17 de janeiro de 2012

A revista americana Plus Model decidiu jogar lenha na fogueira das vaidades. Em um editorial colocou a modelo plus size Katya Zharkova totalmente nua nas fotos.

Para deixar as coisas ainda mais apimentadas, a bela gordinha yeah yeah aparece abraçada com uma modelete magrela.

(clique aqui para ver o ensaio)

O contraste entre as duas chama a atenção e reforça a polêmica levantada pela reportagem: mostrar como as modelos atuais estão muito magras.

Segundo o texto, cerca de 20 anos atrás, as modelos de passarela pesavam 8% menos que a média da população feminina. Hoje em dia, elas seriam cerca de 23% mais magras.

Saúde e anorexia

É fato que o padrão magérrimo das meninas de passarela, que têm IMC 14 é um problema. Principalmente se pararmos para pensar que o normal é entre 18,5 e 25.

Transformar essas meninas super magras, muitas delas com distúrbios alimentares, em modelos de beleza quase impossível de alcançar para a maioria das pessoas também não é certo.

Por outro lado, há também quem ache que modelos plus size fariam exatamente o oposto: em vez de apologia da magreza, incentivo à obesidade.

Mas será? Veja as fotos de Katya Zharkova no editorial da Plus Model. Como dizer que é um incentivo à gordura?

Na dúvida, para não correr o risco de me posicionar nos extremos dessa discussão, gosto do argumento da editora-assistente de ÉPOCA em São Paulo, Luciana Vicária:  “Há um meio-termo que não aparece nos editoriais de moda ou nas passarelas. Por que o corpo não pode ser como a das misses dos anos 80, curvilíneo e com IMC saudável, tamanho 40 ou 42?

Realmente é algo a se pensar…

————

Obrigada ao @JLinno pela indicação da pauta.

 

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12 respostas para “Gordinhas x modeletes: que tal as misses do anos 1980?”

  1. Carolina disse:

    Eu acho a modelo plus size normal. A magra acho um pouco magra demais. Existem pessoas naturalmente assim, mas normalmente são crianças e adolescentes.
    É um pouco estranho mesmo a moda ir para extremos e deixar as pessoas M de lado. Será que não tem graça? Será que vamos ainda ter a revolta das “average size models”?

    • Edmilson disse:

      Uma pessoa se tornar P = gastar dinheiro na industria da beleza, academias, cremes, maquiagens, comidas Diet e light, que são mais caras, engordar dá pra engordar com salgadinho de 2 reais (que eu adoro) e sedentarismo. Além das roupas terem um custo menor. Qual das duas você acha que é mais lucrativa para a industria?

    • Maira Moraes disse:

      eu também tenho esse sentimento. é esquisito ter que fazer moda separada… pra magro… pra gordo… pra mais ou menos… gente usa roupa e gosta de vestir coisas bonitas e confortáveis. simples assim. independente do peso e tamanho.

  2. Nilda disse:

    Mas.. peraí, as modelos Plus Size, lá fora, não são exatamente o que se chamaria por aqui de “normais”, as que usariam 40/42 e não o 36 ou 48?

    Não lembro se foi aqui mesmo no Papo de Gordo, mas já li/escutei que há um equívoco na maneira como os brasileiros entendem o que é Plus Size.

    • Maira Moraes disse:

      esse negócio de tamanho de roupa é uma confusão. até porque um 44 de um lugar pode ser igual ao 40 em outro, e vice-versa… não existe padrão e por isso a gente fica sem saber. quem veste 44 e gordo, magro ou mais ou menos?

  3. Ana Paula disse:

    Cara, depois que eu li a coluna da Maira eu acho que bateu uma certa revolta (again) e resolvi comentar.

    A reportagem da revista diz que as modelos “plus size” hoje vestem entre os tamanhos “6” e “14”, o que para nós, mais ou menos, está entre 38 a 44/48 (aproximadamente). E que 50% das mulheres vestem números acima de “14” (44?), mas que a maioria das lojas vendem números de roupa bem menores.

    Como assim, tamanhos que são absolutamente tão comuns podem ser considerados assim tão excepcionais? Que tal moda “cabide size”??!

    Eu tenho 60kg. Tenho um IMC normal. Visto 42. Faço artes marciais e meu marido me adora. E continuo a minha saga, minha jornada ao mundo insano dos shoppings centers para encontrar as tais calças abençoadas, bonitas e num preço legal, que irão me servir sem parecer que estou vestindo um pano de saco ou sem eu ter que mostrar ao mundo, não o meu “cofrinho”, mas a verdadeira “caixa forte” que eu tenho por bunda!

    • Maira Moraes disse:

      eu demoro meses para encontrar uma calça que fique ok, sem pagar cofrinho. odeeeeeeeeeeeeeeeeeio cintura baixa! adorei a ideia do “cabide size”. é mais ou menos isso que significa (para mim) o tal número zero das confecções americanas.

  4. Carolina disse:

    Isso dos tamanhos é confuso mesmo. Segundo a Abravest, Associação Brasileira de Vestuário, os tamanhos 12 e 14 americanos são respectivamente 40 e 42 aqui, mas em vários outros sites encontrei informações diferentes.
    Quanto ao termo average size model encontrei essa reportagem http://www.guardian.co.uk/lifeandstyle/2009/sep/20/london-fashion-week-mark-fast sobre um desfile só com modelos consideradas average, que são bem magras. Segundo alguns colunistas esse tamanho médio ou grande do mundo da moda é praticamente pequeno no mundo normal.

  5. eu disse:

    Esse movimento plus size é ainda mais desserviço do que o nazipadrão: mostra gente que veste tamanho M como “gordos”. Pior a emenda do que o soneto.

    • sheila disse:

      Tenho ódio quando precido comprar roupas, pois as de tamanho grande ( no meu caso 52, 54) , pois só encontro vestidos com decote “v” e super estampados, e só ficam legais os de malha, por que os de tecido são os olhos da cara! Difícil se vestir bem quando é gordo! !!

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